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A organização esteve impecável e todos os participantes ficaram satisfeitos. Aqui fica a reportagem fotogáfica desta inolvidável jornada:
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Bem, a Pascoela já passou, mas conta a intenção... de manter acesa a Tradição. - Para o ano há mais!
Fotos de N.Campos e Luís Lopes
Finalmente foi a vez do autor nos brindar com o seu depoimento, no discurso directo, discorrendo sobre a sua longa relação com as terras de Moncorvo, os trabalhos realizados antes da sua experiência africana, e, depois, a sua partida para Angola, frizando as dificuldades e obstáculos que aí encontrou, sobretudo em certos sectores da Administração. Mais disse que "nunca acreditei que nos mantivéssemos em Angola por muito tempo", razão pela qual era imperioso fixar aí a língua portuguesa, não só como instrumento de unidade do território angolano (onde se falavam 29 línguas ou dialectos), mas também como um futuro elo de ligação com Portugal. Referiu-se depois a inúmeros episódios da sua passagem por Angola, como o dos guerrilheiros que o ajudaram a mudar um pneu do carro, algures numa zona de terrorismo, e quando ele e os acompanhantes julgavam já que iam ser mortos - tendo atribuído o facto de terem escapado, ao respeito tido pela sua função educativa.
Em jeito de conclusão afirmou: "este livro relata as minhas vivências e a minha experiência em Angola. Foi uma grande experiência..."
O préfácio é de autoria do major-general A. Pires Veloso, amigo, conterrâneo e contemporâneo do autor. Da nossa parte diremos apenas que foi uma honra e um previlégio ter lido, com muito agrado, a 1ª. versão deste livro, ainda antes de ser editado. No seguimento de uma conversa com o Sr. Professor Adriano Vasco Rodrigues, sobre o navio perdido no deserto de Moçâmedes, a Sul de Porto Alexandre (a que hoje chamam Tombwa), tendo conversado também sobre os concheiros que havia entre as dunas do deserto, o Sr. Professor deu-nos um excerto dessa odisseia da descoberta e escavação da referida embarcação, algo distanciada da linha actual da costa, onde fazia uma interpretação histórica sobre este naufrágio, numa belíssima narrativa que se lia como romance de acção, embora fortemente sustentada em documentos do séc. XVIII, do arquivo histórico de Angola.
Pouco tempo depois, em Setembro de 2007, o Professor Adriano enviou-nos o texto completo do livro (inédito) de onde retirara o excerto, exemplar único devidamente encadernado, para o caso de conseguirmos meios para a sua publicação. Ainda falámos desta possibilidade a um professor da Faculdade de Letras do Porto, ligado ao Centro de Estudos Africanos dessa Faculdade, mas não nos foi possível concretizar o contacto. Por fim, em Outubro de 2009, sabendo que se iria realizar uma Homenagem ao Sr. Professor Adriano por parte da Câmara Municipal da Guarda e de outras entidades desse distrito, sugerimos ao município de Torre de Moncorvo uma iniciativa análoga, envolvendo também a Drª. Assunção Carqueja. E entregámos o exemplar inédito, cujo título inicial era "Pedras Negras" (com Pungo Andongo em sub-título), numa alusão ao famoso presídio do séc. XVII, para onde viria a ser mandado o Zé do Telhado. Assim, foi com a maior satisfação que soubémos, em Novembro de 2010, que o livro fora já publicado e com o apoio da Câmara Municipal de Torre de Moncorvo, o que merece o nosso aplauso.
Esta obra vem completar a extensa bibliografia do Professor Adriano. Lê-se como um livro de aventuras e é um depoimento formidável de uma personalidade de excepção que (se) cruzou (com) a terra angolana e aí deixou (também) a sua marca, num momento crucial da história desse território. Trata-se ainda de um olhar que importará aos estudiosos das coisas de Angola, mas também aos que se dedicam à história contemporânea portuguesa, pouco anterior ao 25 de Abril de 74.
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Texto e fotos: N.Campos
Não se tendo realizado o passeio da Pascoela previsto para o passado dia 30 de Abril, por motivos climatéricos, a organização decidiu adiá-lo para o próximo Domingo, dia 8 de Maio, esperando que, desta feita, o tempo ajude.
Esta iniciativa da Junta de Freguesia de Torre de Moncorvo, conta com a colaboração do Museu do Ferro (parceria Câmara Municipal de Torre de Moncorvo/PARM), inserindo-se no esforço de recuperação das antigas tradições e também de divulgação do nosso património, visto que a capela de Senhora da Teixeira (propriedade da Junta de Freguesia) remonta possivelmente ao séc. XV.
O trajecto terá início às 14;30h (convém estar um pouco antes), com saída de frente do edifício da Junta (ao lado do Cine-teatro), e seguirá pela E.N.220 até ao início do "caminho velho" para Açoreira. Este caminho terá a ver com um dos "milhentos" trajectos seguidos pelos peregrinos de Santiago de Compostela, pelo que se poderá considerar também como Caminho de Santiago. Se bem que o destino desta nossa "peregrinação" seja mais breve e com destino a uma capela de outra invocação: Senhora da Esperança - que bem precisa é, nos tempos que correm...