quinta-feira, 24 de janeiro de 2013
Apresentação pública do projecto mineiro da MTI
Como anunciámos, realizou-se ontem, dia 23/01/2013, no auditório da ACIM (Associação de Comerciantes e Industriais de Moncorvo), a sessão pública de apresentação do projecto mineiro da MTI (Mining Technology Investments), para uma fase de exploração experimental conforme foi concessionado pelo governo em Novembro de 2012. O auditório foi pequeno para conter tantas pessoas, entre técnicos, jornalistas e população em geral, acabando a organização por instalar colunas de som no exterior para todos pudessem acompanhar o que se dizia na sala.
Abriu a sessão o Presidente da Câmara de Moncorvo, Engº. Aires Ferreira, que se congratulou pela maior abertura demonstrada pela nova administração da empresa MTI, no que toca a uma maior abertura em relação às entidades e população local. Tendo feito um breve historial das questões relacionadas com a actividade mineira, paralizada há cerca de 30 anos, após o encerramento da Ferrominas, afirmou que sempre o município por si liderado tinha feito do tema do Ferro uma espécie de ex-libris, apostando no Museu do Ferro, e chegando a criar o slogan: "Moncorvo, onde o ferro é a alma da terra", estampado em autocarros e camisolas de jogadores do Grupo Desportivo local. Evocando a luta pela construção da barragem do Baixo Sabor, acabou por dizer que também aqui seriam de esperar muitas dificuldades pelo caminho, até uma exploração efectiva, e que haveria que se lutar por isso, já que "estas coisas não nos caem do céu".
Por sua vez, o CEO da MTI, Dr. Víctor Correia, deu conta do que foi feito pela empresa desde 2008 (data do 1º contrato para prospecção e pesquisa) até 2011 (quando se verificou o desinteresse da Rio Tinto como potencial cliente e parceiro da MTI relativamente à exploração do minério de Moncorvo).
Afirmou que o principal obstáculo desde sempre ao aproveitamento destes minérios era a questão do fósforo, mas que isso hoje está resolvido, pois já existe tecnologia para se fazer separação molecular do fósforo relativamente ao ferro. Com base numa apresentação PowerPoint, demonstrou a nova vitalidade do sector mineiro na Europa, através de um mapa em que se pontuavam as minas em exploração e em vias de serem exploradas, com destaque para a zona dos países nórdicos. Alguns gráficos mostravam também as tendências dos preços dos minérios, verificando-se uma oscilação pouco significativa, apesar de, nos últimos anos, se ter verificado uma certa descida dos preços do ferro.
Para esta fase (próximos 4 anos), informou que, essencialmente, serão feitos mais estudos técnicos, seguindo certos vectores, como por exemplo: avaliação de recursos geológicos, avaliação de opções de exploração; avaliação de opções de processamento, etc.. Foi referido que entre as preocupações da empresa se encontravam as contrapartidas locais, designadamente no que toca a preferência pela mão de obra do concelho, além dos aspectos ambientais. De forma a minimizar estes impactos, seria desenvolvido um estudo mais circuntanciado, e que o avanço do projecto dependeria da sua aprovação.
Mais disse que os mercados de destino do minério seriam os chamados países emergentes, mas também consumidores europeus, o que colocava a velha questão transporte do minério, já não para a siderurgia (como noutros tempos), mas para um porto costeiro, em princípio Aveiro. Assim, tem de se equacionar o melhor processo para esse transporte, sendo uma das possibilidades a construção de um mineroduto.
Quanto a números, foi dito que 12 milhões era a quantia que a MTI se comprometeu a investir (tendo o Estado obrigado à prestação de uma caução sobre esse valor); 4 anos, era o período de tempo para desenvolvimento dos trabalhos; e 0,5% era o valor que deveria reverter em favor das entidades locais, como contrapartida.
No final seguiu-se um período de perguntas e respostas, tendo o Dr. Víctor Correia esclarecido algumas dúvidas e questões pertinentes colocadas por técnicos presentes, nomeadamente pelo Eng. Alves Costa (último director técnico da Ferrominas/EDM), bem como de vários jornalistas e público em geral.
A principal conclusão e a que mais interessaria ao numeroso público que acorreu ao local é que, nesta fase, não haverá tantos empregos como se esperaria. O próprio CEO da MTI, não querendo defraudar as expectativas futuras, informou que, nesta fase, seriam essencialmente alguns técnicos (geólogos, engenheiros de minas e de Ambiente, etc) que iriam estar no terreno, tendo em vista o aprofundamento dos estudos necessários para o avanço do projecto daqui a quatro anos. Mais adiantou que, correspondendo a uma proposta da autarquia, se está a equacionar a localização da sede da empresa em Torre de Moncorvo.
Ver mais > JN – 2013.01.24:
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