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terça-feira, 30 de agosto de 2011

Faleceu o mestre ferreiro Sr. António Carvalho

António Augusto Carvalho nasceu em Felgueiras (concelho de Torre de Moncorvo) em 20.10.1920. Exerceu várias actividades antes de se concentrar na arte de ferreiro, que iniciou a picar foices na forja de seu compadre, João Alberto Rebelo, na aldeia de Felgueiras, terra de ferreiros desde a Idade Média. Homem trabalhador e engenhoso, acabou por adquirir a forja do compadre e, mais tarde, transferiu-a para o Carvalhal, onde modernizou os processos de trabalho, sendo um dos mais categorizados ferreiros/serralheiros da região. Nas horas vagas tocava guitarra, cantava e compunha versos.

Ofereceu vários objectos da sua forja ao Museu do Ferro, tanto na fase da Ferrominas, como na fase em que o museu se instalou na sede do concelho. Por este motivo, em 2005, o museu organizou uma singela homenagem em sua honra, quando completou os 85 anos. Era visita regular desta instituição museológica, antes de as forças o reterem no Lar da Fundação F. Meireles, onde faleceu ontem. Os nossos sentidos pêsames a toda a família enlutada.

O funeral realiza-se hoje, pelas 18:30h, na sua terra natal, onde será sepultado.

terça-feira, 31 de agosto de 2010

quarta-feira, 2 de junho de 2010

Felgueiras - a terra onde se fazia cera

Vista geral do exterior do lagar da cera
E ainda no seguimento dos posts anteriores, por se falar em abelhas e em mel, é preciso ainda não esquecer outro derivado da actividade apícola: a cera.
Para mais, existe no concelho de Moncorvo uma raridade que é um lagar comunitário onde se fazia cera (sem ser em sentido figurado, pois que aí se trabalhava a sério e se suavam bem as estopinhas). Esta estrutura está já desactivada há um bom par de anos, e há ideias para a sua recuperação, o que vivamente desejamos.
A Srª. Cândida Carriça explica como funcionava o lagar.
Noutros tempos viviam em Felgueiras inúmeras famílias de cereeiros que recolhiam a cera junto dos apicultores das redondezas e a derretiam no lagar comunitário. Depois levavam os "lingotes" de cera (a que chamavam "pães") para suas casas, onde em oficinas improvisadas a reduziam a velas ou círios, para as igrejas ou para a a iluminação das casas mais ricas (os pobres usavam mais a candeia de azeite ou "pitróil").

Oficina das velas do Sr. Acácio Mendes
As velas saíam de uma roda onde se penduravam os pavios, sobre os quais se vertia a cera líquida - aparada em baixo por um tacho de cobre. A operação era repetida até se ter a espessura desejada (da vela ou do círio).

O Sr. Acácio (ti Fachico), um dos últimos cereeiros.
Um dos últimos cereeiros de Felgueiras é o Sr. Acácio Mendes, homem de "sete ofícios", já reformado, mas que conserva a sua oficina e explica como se fazia.

Alguns círios ainda pendurados na velha oficina do Sr. Acácio
A produção era vendida num raio de acção bastante alargado, directamente para as igrejas ou santuários, ou a pessoas que pagavam promessas em cera (não só velas e círios, mas também ex-votos).

Txt. e fotos: Nelson Campos