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domingo, 29 de abril de 2012

Faleceu o Sr. Manuel "Pai-Nosso"

Manuel Rodrigues da Costa, mais conhecido pela alcunha de "Pai-Nosso", nasceu em Vila Marim, concelho de Mesão Frio, em 1935, tendo vindo com sua família para Torre de Moncorvo, nos inícios dos anos 50, à procura de trabalho nas nossas minas. Tal como seu pai, e seus irmãos Armindo e Arnaldo, foi mineiro ao serviço da Ferrominas. Começou aí como aguadeiro, tendo realizado depois todo o tipo de trabalhos, desde marreador, marteleiro e trasfega de minério.
Em 1966, numa fase já decadente das minas, acabou por sair da empresa e foi tentar a sorte em França. Regressou mais tarde e montou uma empresa de construção civil.
Homem muito conhecido e popular no concelho de Moncorvo, sobretudo pela sua devoção clubística pelo Futebol Clube do Porto (foi organizador de vários encontros de portistas), encontrava-se aposentado e com problemas de saúde em grande medida decorrentes do seu trabalho nas minas, com problemas respiratórios que o acompanharam pelo resto da vida.
Recentemente, em virtude do interesse suscitado pela hipotética reabertura das minas, o Sr. Manuel "Pai-Nosso" foi bastante procurado por repórteres de jornais, rádios e televisão, já que era um dos poucos pioneiros da Ferrominas ainda vivos. Deu várias entrevistas, tendo participado juntamente com seu irmão Arnaldo Costa e o colega Joaquim Vieira, na reportagem "Miragem do Ferro" de Victor Bandarra, apresentada pela TVI no dia 7.01.2012:  http://www.tvi24.iol.pt/aa---videos---sociedade/ferro-miragem-do-ferro-reportagem-tvi24-torre-de-moncorvo-mina/1315329-5795.html
O seu funeral realizou-se ontem, tendo a urna sido coberta com uma bandeira do clube da sua paixão, o FCP.

domingo, 8 de janeiro de 2012

CPF vai empreender novas prospecções no jazigo de ferro de Moncorvo

(Minas de Moncorvo, infra-estruturas abandonadas - Arquivo N.Campos)

A CPF (Companhia Portguesa do Ferro), empresa constituída para prospectar o ferro de Moncorvo, no seguimento do contrato recentemente assinado com o actual governo, vai empreender novas prospecções no jazigo de ferro de Moncorvo, nomeadamente na zona entre a Carvalhosa e as terras de Carviçais até Freixo de Espada à Cinta. Aqui fica a notícia da LUSA:

«Torre de Moncorvo, 06 jan (Lusa) - A Companhia Portuguesa de Ferro (CPF) vai investir um milhão de euros, nos próximos três anos, em prospecção de minério de ferro na área mineira de Carviçais II, em Torre de Moncorvo e Freixo de Espada à Cinta.

Em declarações à Agência Lusa, Nuno Costa Gomes, gerente da CPF, avançou não haver qualquer incompatibilidade entre esta exploração e o anunciado investimento de mil milhões de euros da empresa australiana Rio Tinto numa zona vizinha.

"A prospecção e pesquisa está a decorrer como planeado e dentro de três anos poderá surgir uma nova etapa em todo o processo. Só vemos vantagens, ou até mesmo uma complementaridade, com a entrada de uma empresa como a Rio Tinto em todo o processo", disse Nuno Costa Gomes.

Os australianos da Rio Tinto, maior empresa de minas do mundo, querem investir cerca de mil milhões de euros na exploração de ferro em Portugal, em particular na área do concelho transmontano de Torre de Moncorvo.

Segundo Nuno Costa Gomes, o projecto da CPF não tem resultados imediatos. O empresário salientou ainda o facto de que todos os investimentos no sector mineiro são efectuados 'a muito longo prazo'. "Devido à crise financeira internacional, a malha está muito mais apertada para a viabilização de projectos desta natureza", acrescentou.

No terreno está já uma equipa de geólogos e outros profissionais, em trabalhos de análise e prospecção que durará três anos, podendo haver prolongamento do prazo.

A CPF tem associada uma empresa de direito norueguesa a este projecto de exploração mineira. FYP.

-Lusa.»

"A miragem do Ferro" - uma reportagem da TVI

(Vista das infra-estruturas abandonadas das minas, e a aldeia nova do Carvalhal ao fundo - foto de N.Campos)

Foi apresentada no passado sábado a reportagem da TVI, assinada por Víctor Bandarra (reportagem) e Bruno Vinhas (imagem), intitulada "Miragem do Ferro", realizada há cerca de dois meses, pouco depois das notícias saídas a público sobre a possibilidade de consórcios internacionais se virem a interessar pela exploração do nosso minério.

sexta-feira, 13 de agosto de 2010

Exposição FERROMINAS.1957 inaugurada no passado dia 7 de Agosto

Foi inaugurada no passado dia 7, pelas 15:30 horas, a fotográfica “Ferrominas.1957”, organizada a partir de uma série de fotografias a cores do ano de 1957 (no auge dos trabalhos da empresa mineira Ferrominas), sendo autor o falecido Engº. Gabriel Monteiro de Barros (ver nosso “post” de 4.08.2010). Sessão de boas-vindas, na galeria do rés-do-chão do Museu (foto Patrick Esteves/Foto Bento)

Esta colecção faz parte do Fundo Engº. Gabriel Monteiro de Barros o qual integra o Centro de Documentação do Museu do Ferro (biblioteca temática e arquivo), tendo-se constituído recentemente, mediante uma preciosa doação do Sr. Engº. João Pedro Monteiro de Barros e esposa, Drª. Maria de Fátima Goulão da Costa Brito Cabral, familiares e herdeiros do Engº. Gabriel M. de Barros.
O objectivo desta exposição, além de ser o de se darem a conhecer os fundos do Museu, mostrando a realidade mineira de outros tempos, procura também uma maior identificação dos antigos trabalhadores das minas com este espaço cultural, além de um certo contexto de oportunidade, decorrente do facto de se terem retomado prospecções geológicas na zona mineira de Moncorvo, como salientou o Presidente da Câmara, Engº. Aires Ferreira, no momento da recepção.

Momento inaugural da Exposição, no auditório do Museu (Foto de Patrick Esteves/Foto Bento)

A inauguração contou ainda com a presença do Engº. João Pedro Monteiro de Barros Cabral e esposa (doadores das fotografias e demais espólio) e ainda o Engº. Fernando Mello Mendes e seus familiares, sendo de destacar que o Engº. Mello Mendes (que há dias completou os 85 anos), professor jubilado do Instituto Superior Técnico, além de colega e primo do Engº. G. Monteiro de Barros é o último dos pioneiros da Ferrominas que viveu a odisseia da constituição desta empresa. Como disse no seu discurso, aqui trabalhou entre 1951 e 1953, não tendo voltado a Torre de Moncorvo até agora. Soubemos ainda que foi autor de algumas das fotografias que estão patentes na Sala do Ferro do Museu.

Engº. João Pedro Monteiro de Barros Cabral no uso da palavra, tendo à sua direita o Engº. Mello Mendes, Sr. Teodorico Carriço e outros antigos trabalhadores da Ferrominas (Foto Patrick Esteves/Foto Bento)

Foram ainda muitos os antigos trabalhadores das Ferrominas que não quiseram perder esta oportunidade de reviver velhos tempos e reencontrar antigos colegas, já que alguns se encontram emigrados. No entanto, poucos são os que ainda se recordam dos trabalhos dos anos 50, tal como os senhores Teodorico Carriço (chefe de oficinas), um homem que trocou Lisboa por Moncorvo (e cá continua a residir, no Carvalhal), e Manuel Costa (mais conhecido por "Pai Nosso"), que veio das bandas do Douro (Mesão Frio) e que também por cá ficou.


Aspecto geral da exposição (Foto N.Campos/MF&RM)

Além das ampliações fotográficas a cores que compõem a exposição, muitas outras (a preto e branco) foram apresentadas num pequeno écran, através de um diaporama elaborado em MoovieMaker. Completam a exposição uma pequena forja portátil de rodízio, a qual servia para aguçar os ferros e as picaretas nas frentes de desmonte, e um conjunto de soldador, para reparação de viaturas e máquinas - objectos que foram recentemente oferecidos por antigos trabalhadores das minas, o que revela que o Museu continua a merecer a atenção e o carinho dos seus primeiros destinatários.


Outro aspecto da exposição, vendo-se um expositor com equipamento de soldador (foto N.Campos/MF&RM)

Ainda no contexto da exposição esteve patente num computador portátil uma base de dados com mais de um milhar de nomes de antigos trabalhadores das minas, fichas essas que têm vindo a ser enriquecidas com uma série de informações, nomeadamente sobre o quotidiano mineiro, que os mineiros ou seus descendentes têm prestado. Esta é uma das vertentes de trabalho que o Museu tem desenvolvido de há uns anos a esta parte, pretendendo agora intensificar os registos em suporte audiovisual.

Aspecto de uma sequência de fotografias que compõem a exposição (foto N.Campos/MF&RM)
No final do percurso encontra-se uma vitrina com diversos produtos de "merchandising" que os visitantes podem adquirir, desde uma bela colecção de postais com aspectos representados em fotografias expostas, "t-shirts", marcadores de livros e um documentário em DVD produzido em 2009 (realização de Marcos Prata).

Uma das fotografias patentes na exposição: mina da Carvalhosa, exploração a céu aberto (foto do Engº. Gabriel M. de Barros, 1957 - Arquivo do MF&RM)

A exposição pode ser visitada todos os dias (excepto segundas-feiras), no horário de funcionamento do Museu: 10:00-12:30 horas e das 14:00-18:00 horas. A entrada é gratuita!
Aqui fica a nossa proposta para este período de férias e de festas da vila e do concelho!

quarta-feira, 4 de agosto de 2010

Efeméride: Engº. Gabriel Monteiro de Barros (1923-1995)

(Recorte de "A Voz do Nordeste", 1995.04.04, vendo-se o Engº. M. de Barros na foto, ao centro, conversando com o então Presidente da República, Dr. Mário Soares, e Presidente da Câmara, Engº. Aires Ferreira, no momento da inauguração do Museu do Ferro & da Região de Moncorvo, na sede do concelho, pouco tempo antes de falecer - clicar em cima para AMPLIAR)

Num apontamento necrológico datado de 4.04.1995, escrevemos: «Durante o 3º. quartel deste século [XX], falar em Moncorvo era falar em ferro. E falar em ferro era falar no Engº Monteiro de Barros». E, poderíamos ter acrescentado, falar no Engº. Monteiro de Barros era falar em Ferrominas e vice-versa.
Num momento em que o Museu do Ferro e da Região de Moncorvo se prepara para organizar uma exposição fotográfica dedicada à Ferrominas, com base numa pequena selecção de fotografias a cores tiradas por volta de 1957 pelo Engº. Gabriel Monteiro de Barros, dá-se a quase coincidência de o saudoso director das minas fazer anos por esta altura, ou seja, mais precisamente, neste dia: 4 de Agosto.
Assim, se estivesse entre nós, completaria hoje 87 anos, como nos recordou o seu sobrinho, Engº. João Pedro Monteiro de Barros Cabral, também engenheiro de minas, a quem deve o Museu (e Moncorvo!) a generosa doação do preciosíssimo acervo fotográfico de seu tio, além de alguns livros igualmente importantes, e que se encontram no Centro de Documentação/Biblioteca do Museu do Ferro. Para ele, o nosso bem haja!
A título póstumo, a exposição "Ferrominas.57" é uma prenda de aniversário a alguém que escolheu Moncorvo para trabalhar, para viver, para morrer e aqui ficar no seu eterno descanso. Não esquecendo, obviamente, todos os que verteram o seu suor (e, em alguns casos, o seu sangue) na dureza do trabalho das nossas minas de ferro.

segunda-feira, 2 de agosto de 2010

Exposição fotográfica "Ferrominas 1957", no Museu do Ferro

Será inaugurada no próximo dia 7 de Agosto de 2010 (Sábado), no Auditório do Museu do Ferro & da Região de Moncorvo, a exposição "Ferrominas 1957".

Esta mostra baseia-se num conjunto de fotografias a cores que integra a colecção fotográfica do Centro de Documentação do MF&RM/Fundo Eng.º Gabriel Monteiro de Barros, resultando de uma valiosa doação do Eng.º João Pedro Monteiro de Barros Cabral, sobrinho do Engº Monteiro de Barros, director da Ferrominas, que faleceu em 1995.

Aqui se apresentam diversos aspectos da laboração das minas de ferro de Moncorvo, centrados no ano de 1957, com particular destaque para a utilização dos meios mecânicos entretanto adquiridos (potentes camiões e pás mecânicas) ainda a par de algum trabalho manual. Este foi o ano de maior produtividade da Ferrominas, com vários combóios de minério a saírem do nosso concelho, através das linhas do Sabor e do Douro.

Esta exposição pretende ser uma homenagem ao Engº. Gabriel Monteiro de Barros e a todos os trabalhadores da Ferrominas, em especial aos mineiros que laboravam em condições particularmente difíceis, aguentando o pó, o excessivo calor ou o frio de enregelar, nas frentes de desmonte, além do perigo dos acidentes de trabalho, como se verá em algumas fotos.

A não perder!!!

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