Cigarra no tronco de uma amendoira. Somente através do seu canto, consegui localizá-la, depois de, com o olhar à distância, passar a pente fino a árvore onde actuava.
Um gafanhoto feito de terra e xisto.
E como não há regra sem excepção, esta bela borboleta-zebra (Iphiclides feisthamelii) indicava-me sempre o local onde ia aterrar, para lhe registar o melhor ângulo, daí a sua fotogenia. Por tal atitude, teve direito a duas fotos.
Esta imagem que apresenta uma borboleta Pararge aegeria na recolha da doçura do botão-azul (Jasione montana) é um pouquinho da terra lembrada à diáspora moncorvense por todo o mundo.
Aqui me apresento, garnizé, por vezes, de um só pé. Nasci de ovo verdadeiro e de chocadeira natural, contrariamente a outros da minha espécie, espetados, desde o ovo pelos nitrofulanos. E esta capa vistosa devo-a à geada, vento, sol e orvalho que me abrigam e obrigam a debicar o tempo de uma paisagem transmontana.
Só muito depois serei brasa ou cabidela, quando o sabor iguala a minha cor.
“… o ouriço olfactava a manhã e rebolava-se por baixo da figueira frondosa, que também sorvia a seiva do ribeiro. Os picos, assim cravejados de frutos, competiam com a cesta carregada de figos que as mulheres, à hora do almoço ou no final da tarde, transportavam à cabeça, para casa.”
Isabel Mateus, O Ouriço - Cacheiro, in O Trigo dos Pardais
Um instantâneo já pouco comum, captado há pouco tempo: cavalos retouçando placidamente num lameiro entre o Carvalhal e o Felgar. Animal de suprema beleza e nobreza, o cavalo, "Equus caballus" de seu nome científico, foi durante mais de 2.500 anos o transporte humano por excelência, na paz ou na guerra. Ainda hoje a potência dos motores dos automóveis se mede em... "cavalos"!
Registei o momento, recordando-me dos tempos em que, no lugar do actual povoado do Carvalhal - nascido de expectativas mineiras inconcretizadas - era frequente este cenário. Criação de cavalos era o negócio do pioneiro que aí morava, o Sr. Serafim da Purificação, numa casa isolada do lado direito da estrada que subia para Felgueiras. Depois é que veio a estação de serviço, oficinas, bares, restaurante, uma discoteca, muitas moradias, tal como aquelas cidadezinhas do velho Oeste americano, nascidas junto às estradas. E os cavalos desapareceram, e passaram a andar só no interior dos motores dos carros...
Não sei se é um puro-sangue, se é um "lusitano" de Alter, se tem alguma coisa de andaluz, mas que é um belo bicho, de linhas aero-dinâmicas, disso não há dúvida. Soberbo!
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