segunda-feira, 19 de julho de 2010

Fábula


Moira do canto
em estalos de sol
nessa arte em fornalha
bem merecias um pouco
do celeiro da formiga.
Texto e imagem
João Costa

1 comentário:

Anónimo disse...

Concordo plenamente, pois a pobre da cigarra foi muito maltratada pelas fábulas... - vieram uns com a cantiguinha da "formiga no carreiro", enaltecendo o operariado formigueiro, e, por consequência, associando a cigarra ao absentismo dos privilegiados que nada fazem... depois, veio o discurso hiper-neo-liberal prevalecente, procurando associar a formiga trabalhadora e diligente à gloriosa iniciativa privada, aos laboriosos empresários que sustentam a economia contra o parasitarismo dos inúteis funcionários públicos (os culpados da crise, já se sabe!) que nada fazem e papam o nosso dinheiro (= as cigarras, está bom de ver...).
Pobres cigarras!...
Sereis, talvez, o artista incompreendido, o sector da Cultura em que é preciso cortar, cortar, cortar... como se fosseis, pobres coitadas, as culpadas da crije....
Canta, cigarra canta! vem cantar a tua canção... que sem ti o Verão não seria nada... manda lixar o controleiro... e o patrão!