O Arraial: a descarga da meia-noite
A seguir ao “PUM” iniciático (e que a todos assustará), uma revoada de morteiros principiará as hostilidades.
Os sorrisos, que estrondos tão potentes desencadearão, não se abrirão sem antes pedirem ajuda a Santa Bárbara.
A introdução, que para muitos é um prelúdio, terminará quando os primeiros foguetes lacrimejantes luzirem nos céus e desenharem pontos estrelados, multicolores e fugazes que se misturarão com ribombos estralejantes e tremeluzentes.
- Olha aquele, olha aquele… – dirá a Ti Antoino Madaleno com ar de basbaque e que, ao mesmo tempo, apontará para um que subiu encurvado e cairá lá para os lados das minas.
E estalejar intenso manter-se-á durante longos minutos, as cores iridescentes e as formas esféricas sobrepor-se-ão numa infinidade que a todos impressionará.
- Já há fogo lá para os lados da Eira do Velho, queira Deus que não seja nenhum palheiro – dirá o Ti Jaquim.
Mas a descarga na meia-noute não pode parar. Só vai no segundo andamento. Os lacrimejantes suceder-se-ão, subirão às alturas com silvos agudos e sibilantes, mas mais nada que isso, não haverá estouros, nem meios estouros, serão silenciosos. É como se dissessem: “não se distraiam com ruídos, captem a essência das coisas.” Os minutos passarão rapidamente, as bocas estarão abertas de espanto pelas formas tão bizarras que se desenham no céu.
- Este ano está melhor que o ano passado.
- Bô! Ele não… nem girândolas têm.
- Ai que não têm. – Confirmará o Ti Cassiano que também é mordomo.
E, como que a escutar as palavras predizentes, o céu iluminar-se-á de uma só vez. Os cumes serrilhados dos telhados desenhar-se-ão à contraluz. O fragor será ensurdecedor, as estrelas jorrarão aos milhares, os “ais” de espanto às centenas.
Silêncio.
Um PUM anuncia o fim.
A seguir ao “PUM” iniciático (e que a todos assustará), uma revoada de morteiros principiará as hostilidades.
Os sorrisos, que estrondos tão potentes desencadearão, não se abrirão sem antes pedirem ajuda a Santa Bárbara.
A introdução, que para muitos é um prelúdio, terminará quando os primeiros foguetes lacrimejantes luzirem nos céus e desenharem pontos estrelados, multicolores e fugazes que se misturarão com ribombos estralejantes e tremeluzentes.
- Olha aquele, olha aquele… – dirá a Ti Antoino Madaleno com ar de basbaque e que, ao mesmo tempo, apontará para um que subiu encurvado e cairá lá para os lados das minas.
E estalejar intenso manter-se-á durante longos minutos, as cores iridescentes e as formas esféricas sobrepor-se-ão numa infinidade que a todos impressionará.
- Já há fogo lá para os lados da Eira do Velho, queira Deus que não seja nenhum palheiro – dirá o Ti Jaquim.
Mas a descarga na meia-noute não pode parar. Só vai no segundo andamento. Os lacrimejantes suceder-se-ão, subirão às alturas com silvos agudos e sibilantes, mas mais nada que isso, não haverá estouros, nem meios estouros, serão silenciosos. É como se dissessem: “não se distraiam com ruídos, captem a essência das coisas.” Os minutos passarão rapidamente, as bocas estarão abertas de espanto pelas formas tão bizarras que se desenham no céu.
- Este ano está melhor que o ano passado.
- Bô! Ele não… nem girândolas têm.
- Ai que não têm. – Confirmará o Ti Cassiano que também é mordomo.
E, como que a escutar as palavras predizentes, o céu iluminar-se-á de uma só vez. Os cumes serrilhados dos telhados desenhar-se-ão à contraluz. O fragor será ensurdecedor, as estrelas jorrarão aos milhares, os “ais” de espanto às centenas.
Silêncio.
Um PUM anuncia o fim.
Texto: António Sá Gué
Imagem: João Costa
1 comentário:
Belo texto (como de costume) e excelente foto - comparar o PUM! colorido com o "Allium ampeloprasum" (alho pôrro) do post do Vasdoal sobre o Verão:
http://torre-moncorvo.blogspot.com/2010/07/verao.html
O que explode em baixo, explode em cima! - bestial.
abraço,
N.
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