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quinta-feira, 3 de junho de 2010
Ainda o mel
terça-feira, 1 de junho de 2010
Actividades apícolas - recolha de enxames
(clicar sobre as fotos para as ampliar)
O mel faz parte do lote dos produtos tradicionais de Trás-os-Montes mais afamados. Mas poucos sabem o trabalho que dá e, sobretudo, as ferroadas que são precisas antes de alguém, regaladamente, ao pequeno-almoço, se enlambuzar na doçura dourada do melífluo néctar.
No concelho de Torre de Moncorvo, colhe-se mel em várias freguesias, mas há uma onde esta produção se encontra enraizada desde há muito, aparecendo mencionada já em documentos do século XVI - falamos de Mós. (ressalvamos que Mós foi concelho até 1836, tendo sido nesta data integrado no de Moncorvo).
Pela Primavera saem os enxames novos. Em redor de uma "mestra" forma-se um verdadeiro cacho de abelhas zumbindo. Trata-se de uma "sociedade" complexa e de tipo "monárquico" e capitalista, em que as leis de Darwin começam logo na eliminação da(s) "mestra(s)" que estiverem a mais.
Há que trepar às árvores, normalmente oliveiras, onde o "cacho" de abelhas se pendura. Com muito jeito leva-se um cortiço para a recolha. A actividade apícola desde tempos imemoriais utilizava os cortiços (espécie de cilindros de casca de sobreiro, a cortiça, de onde deriva a designação). Na 2ª. metade do século XX começam a usar-se colmeias de madeira, reguláveis com vários andares (alças), tal como os prédios das cidades deram em substituir a construção tradicional. Sinal dos tempos...
O cortiço era colocado sob o enxame que era cuidadosamente enxotado para dentro. Mas podia haver outros métodos, como por exemplo o do Sr. Alcídio Brás, homem experiente nisto de abelhas e quase as trata por "tu". Para este apicultor mozeiro basta encostar o cortiço ao enxame e dar-lhe umas pancadinhas como que a chamar as "bichinhas" e elas, solícitas, já sabem para o que é - toca a entrar, que vão para a casa nova do "bairro social", digo, do colmeal.
O momento crucial: chegadas ao novo apartamento, são "despejadas" (com os "humanos" a acção de "despejo" costuma ser no fim, na falta de pagamento de renda) para dentro do andar, onde já estão instaladas as "quadras" onde têm depois de depositar a "renda", ou seja o melzinho saboroso. Como era de esperar, tantas mordomias com as senhoras abelhas (e "abelhos") tinha que ter um preço, pois como diz o outro "não há almoços grátis"!
Parece que há uma manifestação à porta do bloco... - É lá pr'a dentro, pessoal! - vai de vassourinha, com muita meiguice, pois aqui não há "corpos de intervenção", neste tipo de "manifs". - Apenas uma espécie de "astronautas", ou de estranhos cientistas em laboratórios de experiências radioactivas - salvo seja! - que só querem o vosso bem. E o nosso, de consumidores de coisas boas, doces, puras e limpas, com sabor a monte.
Cá estão os "astronautas" espreitando o interior da casa, para ver se as "meninas" estão bem acondicionadas. E elas já andam a dar a volta à casa nova, para começarem a ambientar...
Aqui fica também uma imagem das terras de pasto deste "gado" - um campo de "arçãs" (rosmaninhos do monte), algures no termo de Mós, com alguns salpicos de estevas e urzes. - É neste manjar diversificado de cheiros e agridoces palatos que está o segredo do especial sabor do mel trasmontano!
No concelho de Torre de Moncorvo, colhe-se mel em várias freguesias, mas há uma onde esta produção se encontra enraizada desde há muito, aparecendo mencionada já em documentos do século XVI - falamos de Mós. (ressalvamos que Mós foi concelho até 1836, tendo sido nesta data integrado no de Moncorvo).
Após a saída dos enxames, entra em cena o apicultor. Noutros tempos, sem protecção especial, fartavam-se de levar picadas, às quais pareciam estar imunes. Alguns usavam (e usam) só a "careta" (protecção para a cabeça, com uma "viseira" de rede mosquiteira). Mas, por via das dúvidas há fatos completos, com luvas e tudo.
Em breve voarão afanosamente pelos campos, enchendo-se de pólens, que regurgitarão em mel, nos favos que vão crescendo...
Mas têm que estar atentas aos inimigos predadores, que os há, como em todo o lado e em todas as sociedades animais. No caso das abelhinhas, ele são os lagartos, os pitos barranqueiros ou "abelharucos" (já trazem o nome com eles!), ou os melros fragueiros, entre outros. E depois ainda há as malinas, e, dizem, até as ondas electro-magnéticas dos telemóveis que fazem perder o tino ou o GPS natural destes simpáticos e muito úteis insectos, que assim se perdem das colmeias (é uma teoria que por aí andou, para explicar um certo decréscimo da população apícola).
Agradecimentos:
- aos apicultores Sr. Luís Lopes (sénior) e Sr. Alcídio Brás, Mós.
- ao repórter fotográfico Dr. Luís Lopes (jr.), Mós, que acompanhou o trabalho no dia 9.05.2010.
Para saber mais sobre Mós e sobre a actividade apícola nesta freguesia, ver:
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