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segunda-feira, 13 de junho de 2011

Quadros da Emigração – Kennington Park Londres

O marco verde e vermelho da bandeira portuguesa a indicar o caminho para Kennington Park

Relativamente às comemorações do Dia de Portugal, de Camões e das Comunidades Portuguesas no Reino Unido, aqui ficam as fotografias que ilustram o evento. Apesar da persistência da chuva, que caiu insistentemente ao longo da manhã e da tarde, ninguém arredou pé e a festa prosseguiu abrigada pelos guarda-chuvas e pelos opulentos chapéus de palha do BPI. Estes últimos por certo mais preparados para protegerem os fregueses do sol tórrido do Verão na pátria de origem, ainda assim não deixaram de aparar, de forma condigna, a chuva do céu. E se, sobre a relva molhada, se assistiu à Missa Campal e à actuação dos Ranchos Folclóricos, também ali se saborearam as mais diversas iguarias (pão com chouriço, bolinhos de bacalhau, bifanas, pastéis de nata...), se bebeu a cerveja Sagres e se tomou o café.
O espetáculo continuou com a música em palco pela tarde dentro, mas a viagem de regresso a casa ainda era longa e, por isso, dabandei com a família. Com os pés húmidos e os corpos enregelados, valeram-nos os pastéis de nata que trazíamos no farnel!...

Visão panorâmica das tascas e do recinto da festa que, mais tarde, viria a encher-se com um pouco menos dos 50 mil portugueses esperados. Talvez por causa da chuva...

A missa campal a (re)lembrar as missões das Descobertas e o coro dos meninos a entoarem cânticos religiosos em português.

Primeiro plano do membro mais pequeno do rancho folclórico português de Londres (Lucy com a sua mãe pouco antes de subir ao palco e, visivelmente, sem disposição para posar para a fotografia).

Este quadro prescinde de legenda...

Pois é, o pessoal à volta dos comes e bebes de Trás-os-Montes. Tudo da melhor marca transmontana, como me informaram!

quarta-feira, 8 de junho de 2011

Quadros da Emigração – Dia de Portugal, de Camões e das Comunidades Portuguesas


Festa no Consulado Geral de Estrasburgo para as comemorações do Dia de Portugal (4 de Junho de 2011).

Por ocasião da comemoração do Dia de Portugal, de Camões e das Comunidades Portuguesas convém salientar que há, quanto a mim, duas entradas no Diário de Miguel Torga que são fundamentais para que possamos apreender o verdadeiro significado da data, isto é, que falar de Portugal e da sua história é sinónimo de dizer diáspora.
Encontrando-se ambas no Diário XV (1990), mas distando dois anos no tempo, é basilar que as abordemos separadamente para lhes atribuirmos o justo valor e para dar crédito à coerência e à integridade das palavras do Autor e da sua obra.
A primeira entrada corresponde ao dia 9 de Junho de 1987 quando o poeta se deslocou a Macau para falar de Camões e por altura da iminente transferência do poder administrativo português daquele território para o Governo da China.
Assim, após expressar a enormidade da incumbência que lhe coube na sua qualidade de Poeta, pois fora o escolhido para falar naquela “hora final para que ela não tivesse fim”, e delinear uma abordagem diacrónica do espírito andarilho dos portugueses pelo mundo, cujo nome Camões atinge o expoente máximo, sintetiza a nossa peregrinação como povo de diáspora nos seguintes termos: “É nossa sina não caber no berço. Desde os primórdios que somos emigrantes. O português pré-histórico já era aventureiro, navegador, missionário, semeador de cultura.” (Miguel Torga, Diário XV)
Na sua perspectiva, só desse modo se pode entender o nosso percurso da aventura marítima e a construção do império proveniente da Empresa dos Descobrimentos. De tal maneira que quando se fala em emigrante a referência embate sempre naquele que o personifica: Luís Vaz de Camões. Aliás, citando ainda Torga “Ser um português acabado é ser ele, pioneiro, bandeirante, apóstolo, traficante, visionário, namorado e poeta.” (Miguel Torga Diário XV)
No meu ponto de vista, este trecho do seu Diário não se pode desmembrar daquilo que escreveu posteriormente na segunda entrada do mesmo Volume, em 1989, relativamente à comemoração de mais um 10 de Junho, mas desta vez coincidente com o Prémio Camões, instituído pelos Governos Português e Brasileiro, com que foi agraciado em Ponta Delgada, nos Açores, contando com a presença de Mário Soares. Pelo contrário. Tecendo aqui novamente um elogio ao emigrante português que classificara, em 1987, como “uma criatura convivente, prestante, diligente e influente, que concilia, congrega, desbrava, cria riqueza, funda instituições benemerentes, semeia humanidade”, situa a efeméride na primeira pessoa com a sua própria vivência de migrante em Minas Gerais, no Brasil, para onde emigra, “aos treze anos, numa madrugada de Outubro de 1920” (José de Melo, Miguel Torga – Fotobiobibliografia, 1995). Tal qual o que sucedeu com os seus antecessores, Torga também contrapõe em desfavor de todas as adversidades que a pátria e o berço lhe impõem e que enumera (“Os dons eram escassos, a saúde traiçoeira, o ambiente irrespirável, e os meus propósitos temerários.”) o que, afinal, lhe moldou a vida:
“Só que morava dentro de mim uma vontade férrea, e o instinto e a razão mandavam-me seguir. Queria ser no mundo, como em letra redonda o declarei, um homem, um artista e um revolucionário.” (Miguel Torga, Diário XV)
Ora, nós, os emigrantes de Hoje somos igualmente o arauto da nossa própria diáspora e seguimos à risca o seu ensinamento. Ou melhor, tomando por paradigma a directriz torguiana, fazemos parte desses portugueses com a herança de Camões e a mesma “vontade férrea” de Miguel Torga. Também nós sentimos o apelo de nos cumprirmos fora da Pátria “e o instinto e a razão” mandou-nos seguir para nos tornarmos nos homens e nas mulheres que ajudam a construir a imagem de Portugal no mundo e que, em simultâneo, enriquecem e dignificam o seu país de origem nas diversas vertentes: a económica, a social, a política e a artística.
Somos orgulhosamente portugueses dentro e fora da Pátria!



Música típica no Consulado (as várias gerações e o mesmo amor a Portugal).

quinta-feira, 10 de junho de 2010

Dia de Portugal e das Comunidades


Esta imagem que apresenta uma borboleta Pararge aegeria na recolha da doçura do botão-azul (Jasione montana) é um pouquinho da terra lembrada à diáspora moncorvense por todo o mundo.