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segunda-feira, 5 de março de 2012

Livro: "Santos Júnior e os intelectuais galegos - epistolário"

Momento inicial da apresentação do livro
No âmbito das festividades da Amendoeira em Flor, teve lugar no passado sábado, dia 3 de Março, no auditório da Biblioteca Municipal, mais um evento cultural promovido pelo município de Torre de Moncorvo: a apresentação do livro "Santos Júnior e os intelectuais galegos - epistolário", de autoria do Prof. Doutor Isaac Alonso Estraviz, editado pela Fundação Meendinho (Galiza), com patrocínio da diputación provincial de Ourense.
A abertura da sessão solene coube ao Presidente da Câmara de Moncorvo, tendo felicitado o autor por esta publicação, salientando que a mesma teve por base o espólio documental do Professor Santos Júnior, oferecido pelos seus herdeiros ao município, e que se encontra devidamente acondicionado e preservado no Centro de Memória de Torre de Moncorvo.
Seguidamente, em nome da família do Professor Santos Júnior, o Sr. Norberto Santos também se congratulou pela publicação, que vem tornar patente o imenso carinho que seu pai tinha pela Galiza, e os fortes laços de amizade com investigadores e intelectuais do noroeste peninsular, com quem se correspondia regularmente, trocando também as suas publicações.

O autor, Isaac Alonso Estraviz, durante a apresentação

De seguida, o autor, Isaac Alonso Estraviz, começou por oferecer ao Centro de Memória uma gravação (audio) com a voz de Santos Júnior durante uma homenagem que lhe foi feita na Universidade de Santiago de Compostela, em 1962, por iniciativa de seu amigo Otero Pedrayo, um dos muitos intelectuais galegos com quem mantinha correspondência, como se vê epistolário agora editado. Isaac Estraviz referiu-se largamente à luta pela afirmação da língua galega por essa geração de que Santos Júnior fez parte, desde os anos 20 e 30 do séc. XX, prolongando-se ainda pelas décadas seguintes. Essa geração, que tinha por referência Rosalía de Castro, a quem Santos Júnior chamava a "santa Rosalía" ou a "Santinha" das letras galegas, teve vultos da maior importância, quer no ambito da Literatura, como da Etnologia, História e Arqueologia, tais como Vicente Risco (1884-1963), Florentino Lopez Cuevillas (1901-1973), Joaquim Lorenzo Fernandez, Taboada Chivite, Figueira Valverde, todos representados neste epistolário, além de muitos outros.

O livro, de 784 páginas, inclui, na parte introdutória, uma interessante nota biográfica de Santos Júnior, de autoria de sua neta, a Prof. Doutora Ana Maria Santos Hübner. Segue-se uma abordagem à sua obra, por Isaac Estraviz, em que põe em evidência a sua relação com o meio cultural galego, sobretudo antes de enveredar pelos estudos ultramarinos, quer em Moçambique, quer em Angola. Na parte do Epistolário a correspondência foi organizada por remetente/destinatário (houve algumas recolhas em arquivos galegos), de forma cronológica. capa do livro

Importa referir que Joaquim Rodrigues dos Santos Júnior (1901-1990) era natural de Barcelos, mas viria a manter uma longa relação com Torre de Moncorvo, em virtude do seu casamento (em 1920) com uma moncorvense, a Srª. D. Judite Campos, filha do proprietário da Quinta Judite, cuja casa ainda hoje se mantém na posse da família. Desde então repartia as suas estadias entre Águas Santas (Maia), onde possuía a Quinta da Caverneira, e a casa de Moncorvo, aqui sobretudo nas férias. Tendo-se licenciado em medicina, viria a ser professor catedrático da Faculdade de Ciências da Universidade do Porto e deixou uma extensa obra como zoólogo, ornitólogo, antropólogo, etnógrafo e arqueólogo. A sua biblioteca e abundante espólio documental viria a ser doado pela Família, ao Centro de Memória de Torre de Moncorvo, nos anos 90 do século XX.

Quanto ao organizador da obra, Isaac Alonso Estraviz, nasceu na Galiza em 1935, sendo licenciado em Filosofia pela Universidade de Comillas, em Filosofia e Letras e em Filologia Românica pela Univ. Complutense de Madrid, diplomado em Cultura e Língua Portuguesa pela Universidade de Lisboa e Doutorado em Filologia Galega pela Universidade de Santiago de Compostela. Leccionou Língua e Literatura Galegas em Madrid e na Galiza. Desde os anos 90 foi professor associado da Universidade de Vigo. É membro da Comissão Linguística da Associação Galega da Língua, Vice-Presidente da Academia Galega da Língua Portuguesa, do conselho de redacção da revista Agália e do Boletim da Academia Galega de Língua Portuguesa (AGLP). É autor das seguintes obras: Dicionário de Língua Galega, Estudos Filológicos Galego portugueses e do Dicionário de Língua Galego-portuguesa, Os Intelectuais Galegos e Teixeira de Pascoais – Epistolário, e Eugénio de Castro e a Galiza – Epistolário ambos com a colaboração de Eloísa Álvarez.

Txt. e fotos de N.Campos

terça-feira, 23 de agosto de 2011

Livro de Isabel Mateus e Exposição de Francisco Moura, no próximo sábado na biblioteca municipal

(Clicar sobre o convite, para AMPLIAR)

Será apresentado no próximo sábado, dia 27 de Agosto, na Biblioteca Municipal de Torre de Moncorvo o livro de Isabel Mateus, intitulado "A terra do chiculate", o qual versa a problemática da emigração portuguesa (e trasmontana em especial) para terras da mítica Europa (sobretudo para França) - eram as "terras do chicolate", no dizer de um garoto, à época com os pais emigrados. Estará presente a Drª. Maria da Conceição Tina Melhorado, uma das pessoas retratadas no livro, através de uma fotografia do conceituado fotógrafo Gérald Bloncourt (também autor da fotografia da capa). Conceição Melhorado era uma criança nos anos 60, quando seus pais emigraram para França, tendo conhecido na pele os problemas da emigração, o que não a impediu de vencer na vida (ou talvez por isso). - A apresentação do livro estará a cargo de Rogério Rodrigues, também escritor e jornalista, nosso conterrâneo e amigo da autora.

Aproveitamos para informar que o livro "O trigo dos pardais", também de autoria de Isabel Mateus (cujo lançamento noticiámos neste blogue: http://torre-moncorvo.blogspot.com/2010/04/um-sabado-cultural-com-trigo-dos.html), foi incluído no Plano Nacional de Leitura (PNL), programa Ler+, sendo recomendado para os níveis do 8º ano de escolaridade. - Aqui ficam as nossas felicitações à ilustre escritora (nossa conterrânea e colaboradora deste blogue) pelo reconhecimento da sua qualidade por parte das entidades oficiais ligadas ao ensino da Língua Portuguesa.

Ainda no sábado à tarde, depois do lançamento do livro de Isabel Mateus, teremos a inauguração de uma exposição de pintura sob o tema "A aldeia", de autoria de Francisco Moura, mostrando diversos aspectos da aldeia de Carviçais. Esta mostra ficará patente no Centro de Memória (agregado à Biblioteca Municipal).

A não perder!!

quarta-feira, 27 de abril de 2011

No Centro de Memória: exposição de pintura de Ana Pinho e Gomes da Rocha

Integrada nas comemorações do 25 de Abril, foi inaugurada a exposição de pintura de Ana de Pinho e Gomes da Rocha, intitulada "Ao Deus dará", a qual ficará patente até ao próximo dia 22 de Maio.



Momento da inauguração (o casal de artistas e sua filha, com o Presidente da Câmara) - foto de João Pinto V. Costa


Composta por algumas dezenas de quadros, o casal de artistas faz questão de dizer que não possuem "escola", mas estão atentos à "escala", pintando "ao deus dará", o que não é inteiramente verdade, pois nota-se uma linha de coerência estilística entre algumas obras, sobretudo as que parecem representar máscaras africanas. A esta influência não terá escapado Gomes da Rocha, dado o seu contacto com as terras africanas, uma vez que cumpriu o serviço militar na Guiné.
Ana de Pinho apresenta também domínio da técnica pictórica e mestria na composição, revelando um apurado sentido estético, fruto de um olhar treinado e longo contacto com a Arte, facto a que não será alheia a sua actividade profissional de Designer de Interiores.



Quadro de Ana de Pinho, intitulado "Cravos" (aguarela e lápis de cera sobre papel) - foto de João Pinto V. Costa


Ana de Pinho nasceu em S. João da Madeira, mas viveu toda a infância e adolescência em Paris, onde desde cedo se começou a interessar pelas artes plásticas. Artista autodidacta, dedica-se também à escrita nas horas vagas. Realizou a sua primeira exposição no Ateneu Comercial do Porto em Abril de 2010. Esta é a sua 2ª. exposição. Momento da inauguração da exposição, no Centro de Memória - foto de João Pinto V. Costa
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Gomes da Rocha nasceu no Porto em 1950, foi jornalista e, ao presente, exerce a profissão de advogado. Dedica-se à pintura nas suas horas de lazer, tendo-se iniciado na arte por motivação da esposa. Expôs individualmente no Ateneu Comercial do Porto (Abril de 2009) e na Casa do Douro, na Régua (Maio 2009). Em Julho de 2009 integrou uma colectiva de pintura de sócios da cooperativa Árvore, do Porto. Em 2010 expôs pela 1ª. vez no Centro de Memória de Torre de Moncorvo, e, no mesmo ano, voltou a expôr no Ateneu Comercial do Porto, em parceria com Ana de Pinho. Expôs ainda em Mirandela (Setembro de 2010), encontrando-se representado em algumas colecções particulares e de instituições, como por exemplo, Cooperativa Árvore, Câmara Municipal da Régua e Câmara Municipal de Moncorvo.


Quadro de Gomes de Pinho, intitulado "Gata e gato" - foto de João Pinto V. Costa


Esta exposição pode ser visitada no horário normal de expediente da Biblioteca Municipal e Centro de Memória de Torre de Moncorvo.

domingo, 29 de agosto de 2010

Centro de Memória recebe exposição de Dario Alves

Exposição - Dario Alves


Decorreu no passado Sábado a inauguração da exposição retrospectiva de Dario Alves no Centro de Memória de Torre de Moncorvo, conforme já foi anteriormente anunciado. Clique na imagem acima para aceder a uma breve reportagem fotográfica do evento.

Mais informações sobre o autor e exposição:
- http://darioaugustoalves.blogspot.com/
- http://www.torredemoncorvo.pt/centro-de-memoria-recebe-exposic-o-de-pintura-de-dario-alves
- http://www.museudodouro.pt/destaques,0,219.aspx

quarta-feira, 25 de agosto de 2010

Exposição de Pintura de Dario Alves, é no Sábado!

É inaugurada no próximo Sábado, dia 28 de Agosto, pelas 11:00 horas, no Centro de Memória de Torre de Moncorvo, a exposição de Pintura de Dario Alves, numa co-realização do Museu do Douro e da Câmara Municipal de Torre de Moncorvo.
Há a salientar que Mestre Dario Alves, natural de Torre de Moncorvo (mais especificamente com origem em Maçores), é um dos nomes grandes da Arte Contemporânea em Portugal, tendo sido Professor e Director da ESBAP (Escola Superior de Belas Artes do Porto).
A não perder!
Para saber mais, ver: http://www.torredemoncorvo.pt/centro-de-memoria-recebe-exposic-o-de-pintura-de-dario-alves

quinta-feira, 15 de julho de 2010

Programa "Aprende Brincando" para os mais pequenos

Teve início na passada Segunda-feira, dia 12 de Julho, o Programa Complementar Aprende Brincando, no Centro de Memória de Torre de Moncorvo.
A iniciativa partiu do Município de Torre de Moncorvo e tem como objectivo ocupar as crianças dos Jardins de Infância até ao final do mês de Julho.
O projecto funciona de Segunda a Sexta-feira, das 9h às 12h30 e das 14h às 18h e para o efeito o Município decorou, a rigor, uma sala no Centro de Memória, onde se desenrolam as diversas actividades.

O Programa Aprende Brincando oferece aos pais uma solução para as férias das crianças, mantendo-as ocupadas por mais 3 semanas, enquanto estes desenvolvem a sua actividade profissional.

Para saber mais, ver: http://www.torredemoncorvo.pt/programa-complementar-aprende-brincando

segunda-feira, 7 de junho de 2010

Exposição sobre o Ensino na 1ª. República, no Centro de Memória

No contexto do 7º. Encontro dos Alunos e Amigos do antigo colégio Campos Monteiro, foi inaugurada no passado dia 5 de Junho (sábado), no Centro de Memória de Torre de Moncorvo, a exposição intitulada "O ensino público durante a 1ª. República".

Aqui se reúne um importante acervo de objectos e documentos, sobretudo recolhidos no concelho de Torre de Moncorvo, que permitem salientar a preocupação dos homens da 1ª república no sentido da alfabetização de um país então ainda largamente iletrado.

A recolha esteve a cargo das Drªs. Maria da Conceição Salgado e Júlia Barros Ribeiro, contando com a colaboração da Biblioteca Municipal de Torre de Moncorvo.
Além desta mostra, o encontro, promovido pela Associação de Antigos Alunos e Amigos do Colégio Campos Monteiro, foi ainda assinalado com a inauguração de uma outra exposição de adornos (ver "post" seguinte), um almoço-convívio e um passeio pelo concelho.
Fotos cedidas pela Biblioteca Municipal de Torre de Moncorvo, a quem agradecemos.

domingo, 18 de abril de 2010

Nos 725 anos do foral de Torre de Moncorvo, concedido por D. Dinis

Realizou-se no passado sábado, no Centro de Memória, a sessão comemorativa dos 725º aniversário da concessão do foral a Torre de Moncorvo, pelo rei D. Dinis, em 12 de Abril de 1285.

Ao mesmo tempo, foi feita uma homenagem a várias personalidades que de algum modo contribuíram para diversas obras no concelho.

Ao abrir a sessão, o Presidente da Câmara, Engº. Aires Ferreira, explicou que o foral só é comemorado de 5 em 5 anos, pelo que na próxima comemoração já não estará em funções autárquicas (por força da lei de limitação de mandatos), razão por que quis que a presente comemoração fosse também uma oportunidade para agraciar um conjunto de individualidades que deram o seu contributo, de algum modo, para obras ou outras vantagens para este concelho, ao longo dos seus diversos mandatos.

Quanto ao foral, salientou a presença do pergaminho em exposição na sala (num cavalete protegido por um vidro), do treslado que do mesmo foi feito em 1288 e que foi temporariamente cedido pelo Arquivo Distrital de Braga, onde se encontra arquivado.

Disse ainda que se aproveitou também o contexto desta comemoração para se proceder à reedição do livro publicado em 2005 (o qual incluía o estudo e transcrição dos forais de 1285 e do foral manuelino de 1512), que se encontrava esgotado.

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Foram inicialmente anunciadas 15 personalidades, mas destes apenas puderam estar presentes seis, apresentados por ordem alfabética: D. António Rafael (antigo bispo de Bragança e Miranda), Engº. Mota Andrade (deputado do PS pelo distrito de Bragança), Engº Pedro Serra (ex-presidente do Instituto de Estradas e actualmente a presidir à empresa Águas de Portugal), Engº. Ricardo de Magalhães (ex-Secretário de Estado do Ambiente e actual Chefe da Missão do Douro), Dr. Silva Peneda (ex-Ministro do Emprego e Segurança Social e presentemente a presidir ao Conselho Económico-social) e, por fim, um moncorvense, o General Tomé Pinto, que, na qualidade de antigo comandante geral da GNR conseguiu que se fizesse o novo quartel desta força de segurança em Torre de Moncorvo. Os homenageados, além de uma medalha distintiva receberam um exemplar do livro dos Forais de Torre de Moncorvo em encadernação de luxo.

De seguida, o Sr. Presidente da Câmara apresentou a ilustre conferencista, Profª. Doutora Maria Alegria F. Marques, professora da Universidade de Coimbra, autora da transcrição dos forais de D. Dinis (de 1285) e de D. Manuel (de 1512) que integram o livro, bem como do respectivo estudo introdutório e glossário. A investigadora salientou que o foral original, passado em Lisboa, desapareceu, mas que ficou esta pública-forma, ou cópia autenticada, por tabelião local (João Fernandes de seu nome), na presença de dois juízes, o que lhe acrescenta importância, pois revela o zelo das entidades locais desse tempo em terem em seu poder uma cópia do documento fundador do novo concelho, o qual era a sua lei de base, ou seja, o regulamento da sua vida social, económica e política. Fez, de seguida, uma caracterização da época e do conteúdo dos forais incluídos no livro, com especial ênfase para o foral dionisino.

No final houve uma actuação da Tuna Popular da Lousa, sempre em grande nível, com o repertório tradicional que estes músicos conseguiram resgatar do esquecimento.

Seguiu-se um beberete com a excelente confeitaria da nossa terra, extensivo ao numeroso público que nem mesmo em dia de aguaceiros deixou de estar presente.

N.Campos

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Fotos: alguns momentos do evento.

segunda-feira, 12 de abril de 2010

Um sábado cultural com "Trigo dos Pardais" (livro) e "Raiz de brinquedo" (exposição)

Abertura da sessão, pelo Sr. Presidente da Câmara (foto de João Pinto V. Costa)

Sábado, 10 de Abril, pelas 15;00h, decorreu no auditório da Biblioteca Municipal a apresentação do livro livro há muito esperado, "O Trigo dos Pardais" de autoria da nossa conterrânea e colaboradora do blogue, Doutora Isabel Mateus. Abriu a sessão o Sr. Presidente da Câmara, Engº. Aires Ferreira, elogiando o trabalho da autora, após o que passou a palavra à Doutora Assunção Anes Morais, autora do prefácio do livro.

A Drª. Assunção Anes fazendo a apresentação da autora e da obra (foto de João Pinto V. Costa)

Maria da Assunção Anes Morais é professora em Vila Real, sendo especialista na obra de Miguel Torga, um elo comum que a liga a Isabel Fidalgo Mateus, uma vez que ambas elaboraram as suas dissertações académicas em torna da obra daquele eminente escritor trasmontano. No caso de Isabel Mateus, quer em "Outros Contos da Montanha" (o seu livro anterior) quer agora em "O trigo dos pardais", tal como em Torga, é bem patente o telúrico apelo às raízes e ao "rincão sagrado". Como referiu a apresentadora, neste último trabalho perpassam, através dos contos evocativos das brincadeiras da infância (jogos populares infantis) muitos outros aspectos, como sejam a arquitectura rural, as ervas medicinais, a vida campestre associada à terra, aos animais (domésticos ou silvestres, como a raposa, o lobo, os ouriços cacheiros, os texugos) ou as árvores. Ressaltou a mensagem ecológica e o apelo à preservação do património cultural e natural que está subjacente à obra, terminando a sua intervenção dizendo que este livro, "O Trigo dos Pardais" convida-nos a passear pelos montes!"

Capa do livro e dobra lateral com biografia da autora

No uso da palavra, Isabel Fidalgo Mateus começou por explicar o título do livro, dizendo que se baseia no aforismo popular segundo o qual o primeiro trigo é sempre para os pardais, aves cosmopolitas que tanto se encontram em meio rural como urbano, e que afoitamente se introduzem no meio das galinhas para roubarem o trigo que podem. Mas aqui também se podem associar os pardais às crianças ladinas, que no meio rural de outros tempos criavam os seus próprios brinquedos e aprendiam os seus jogos com os mais velhos, normalmente passados de geração em geração. Aproveitou para referir que foi neste sentido que fez questão de associar à apresentação do seu livro uma exposição do Dr. João Pinto V. Costa (também nosso colega de blogue e matrimoniado no concelho de Torre de Moncorvo), a qual é composta por inúmeros brinquedos de madeira e confeccionados com elementos vegetais.
A complementar a intervenção, a autora mostrou numa apresentação em Powerpoint uma série de imagens das Quintas do Corisco, terra de sua naturalidade, algures do outro lado da serra do Roboredo, na freguesia de Felgueiras, o cenário idílico dos seus contos.
Foram ainda feitos os agradecimentos a todas as pessoas e entidades que tornaram possível esta edição. Destacamos a capa e as primorosas ilustrações de autoria de Cristina Borges Rocha.
Entre escritas: a autora escrevendo uma dedicatória ao ilustre escritor Professor Rentes de Carvalho (foto de João P. V. Costa)

No final, houve a inevitável sessão de autógrafos, encontrando-se entre o numeroso público o ilustre escritor Rentes de Carvalho que, tal como Isabel Mateus, é um "emigrante" que procura nas suas raízes a substância da expressão literária, revelando igual apego a estas fragas, na exacta medida do tempo e da distância em que permanecem "fora". Duas gerações de escritores trasmontanos no exterior, mas que não se conseguem desligar do tal "rincão".

Exposição "Raiz de Brinquedo" no Centro de Memória (foto de João Pinto V. Costa)

Depois de um beberete nos jardins da Biblioteca, foi inaugurada a exposição "Raíz de Brinquedo", de autoria de João Pinto V. Costa, na sala de exposições do Centro de Memória. O autor, sendo natural de Alpendorada (concelho de Marco de Canaveses) casou com uma moncorvense de Sequeiros (Açoreira), o que o levou a descobrir, desde há muito, quer as paisagens, quer a cultura popular da nossa região. Para mais, sendo professor em Vila Real, podemos dizer que Trás-os-Montes lhe está na alma. Além de docente, João Pinto é autor de alguns livros, de que se destaca "Flora de brincadeiras", que é uma espécie de catálogo dos trabalhos manuais que executa como "hobby", tendo como objectivo reproduzir antigos brinquedos/brincadeiras que se faziam para os garotos. Nesse afão, acaba mesmo por criar novos brinquedos, tirando sempre partido de elementos vegetais, em que a madeira também se inclui.
Outro aspecto da exposição (foto de João Pinto V. Costa)

Como escreveu Agostinho Chaves (in Mensagens Aguilarenses, 9/12/2008), citado no folheto que enquadra a exposição: "os brinquedos que João Pinto Vieira da Costa constrói são eternos. Quando não havia legos, nem consolas, nem sequer a 'Chicco' nem a 'Toys 'r Us' ou a 'Centroxogo', muito menos as grandes superfícies comerciais que deliciam os olhos das crianças e dão cabo das carteiras dos papás, as crianças brincavam muito mais, de forma mais divertida, por improvisada e criativa. Os seus brinquedos eram feitos do que havia: uma casca de noz, um vime, uma rolha de cortiça, uma carica, o canoco de um milheiro, uma raiz, a vareta de um guarda chuva desfeito pelo vento, uma pinha, um botão velho, um pedaço de arame, um arco de pipa velha abandonada, um ramos de árvore em Y, até uma meia em desuso que era cheia de palha e cozida na ponta, fazendo uma bola com que se jogava futebol. // Não admira que essas práticas (como a generalidade dos jogos populares) tivessem desaparecido, no avançar dos tempos em que o consumo cresceu e tomou conta de nós, através de cada vez mais atraentes e agressivas campanhas de 'marketing' e de publicidade" (...)

Um helicóptero feito com uma cabaça (foto de João Pinto V. Costa)
Esta exposição fica patente até ao mês de Maio - a não perder!!!
De caminho, é obrigatória a leitura do "Trigo dos Pardais", pois assim poderá o leitor entrar melhor no espírito da exposição.
Fica a proposta.

quarta-feira, 3 de março de 2010

Exposição no Centro de Memória

Até ao dia 21 de Março, ainda pode ver, no Centro de Memória de Torre de Moncorvo, a Exposição de Desenho e Pintura de Gomes da Rocha, intitulada: “Sem escola nem escala”.

Estão patentes cerca de 30 trabalhos, combinando várias técnicas (óleo, acrílico, aguadas de tinta de várias cores) e motivos diversos (de que se destaca o elemento feminino), num tratamento estilístico entre o esquemático e o abstracto.

Gomes da Rocha nasceu em 1950 no Porto, é advogado e durante dez anos fez jornalismo. Não tem nenhuma formação académica em artes plásticas, pinta por ociosidade e expressa-se, segundo as suas palavras, ao deus dará.


Horário: 28 fevereiro 2010 a 21 março 2010
Local:
Centro de Memória /Biblioteca Municipal
Organizado por: Câmara Municipal de Torre de Moncorvo

Ver mais detalhes e imagens desta exposição em:

http://torredemoncorvoinblog.blogspot.com/2010/02/sabado-cultural-na-biblioteca-municipal.html