segunda-feira, 30 de janeiro de 2012

Amêndoa de letras - I


" Mesmo a abstinência acabava por culminar com a festa das amêndoas, de todas as qualidades e umas que pareciam velos de carneirinhos miniaturais de cascata, muito lindas e da minha predilecção, que vinham de Moncorvo."
                             Luisa Dacosta, Houve um Tempo Longe, Asa

segunda-feira, 23 de janeiro de 2012

Fermento de Liberdade


Tempos houve, e não estão muito distantes, em que o regime salazarista continuado pelo caetanismo se enraizava na sociedade através de dois fortes espigões. A polícia, que se apelidava de defesa do estado, de longos e sinuosos braços, e por um exército ufanado por um oco prestígio, adormecido, também ele, à sombra do obscurantismo do povo, alfobre dessas duas vértebras que o mantinham erecto.
Esses três princípios, força, medo e obscurantismo, que norteavam a sociedade da época, e que este livro tenta personificar, minaram-na, criaram injustiças profundas, apodreceram-na de tal forma que, de repente, a parede assente nesses valores desprezíveis, ruiu. Desmoronou-se no 25 de Abril.
O Zé Bernardo, transmontano de nascença, transplantado para a ilha do Porto, há-de ser facilmente recrutado pela polícia, e irá vicejar. O Coronel Fontelo, também transmontano, que presta serviço a um estado leal e nobre, qualidades, que sempre lhe ensinaram a reconhecer, lentamente, vai tomando consciência das invirtudes desse estado, consciência essa obtida em consequência da sua vida familiar.
A Marília, a sua filha, devido ao seu feitio revolucionário vê-se envolvida nas lutas estudantis nos anos 60. É perseguida e refugia-se em França, onde toma contacto com a resistência organizada em Paris. Volta. É nesse regresso que é presa pela PIDE e esse é o leitmotiv para a alma do coronel Fontelo que, perante factos familiares, vai ser tocada pelas injustiças e malvadez do regime e acabará por entrar na porta da democracia, que se adivinha.

Apresentações:
- FNAC de Santa Catarina no Porto, no dia 26 de Janeiro de 2012 (quinta-feira), pelas 18H00;
- Auditório da Biblioteca Municipal Dr. Júlio Teixeira, em Vila Real, no dia 28 de Janeiro de 2012 (sábado), pelas 16h00.

Aparece!

domingo, 22 de janeiro de 2012

Hoje há festa de S. Sebastião na Corredoura!

Desafiando os séculos, continua a realizar-se em Torre de Moncorvo a festinha de S. Sebastião da Corredoura, sempre por volta do dia 20 de Janeiro (dia consagrado a este mártir cristão).
Depois da missa e procissão da parte da manhã, pela tarde, no adro da capela, realiza-se a tradicional arrematação de produtos da região oferecidos pelos devotos, sobretudo pessoas ligadas ao bairro da Corredoura. A festa é também um pretexto para o convívio e passeio domingueiro.
Entre os acordes musicais, que se prolongarão até à noite, a arrematação vai decorrendo: garrafas e garrafões de vinho, enchidos, bolos, etc.. Noutros tempos eram sobretudo os enchidos, cabritos, borregos, ou espécies cinegéticas.


“São Sebastião (França, 256 d.C. – 286 d.C.) originário de Narbonne e cidadão de Milão, foi um mártir e santo cristão, morto durante a perseguição levada a cabo pelo imperador romano Diocleciano. O seu nome deriva do grego sebastós, que significa divino, venerável (que seguia a beatitude da cidade suprema e da glória altíssima)” – in Wikipedia, Enciclopédia Livre, “on line”. - Ver mais: http://pt.wikipedia.org/wiki/S%C3%A3o_Sebasti%C3%A3o

Em Portugal o culto de S. Sebastião desenvolveu-se na 2ª. metade do século XVI, e especialmente depois do desaparecimento do rei D. Sebastião em Alcácer Quibir. Era invocado como protector contra a peste e a fome, devendo explicar-se neste contexto a construção da capela da Corredoura, talvez nos finais do século XVI ou inícios de XVII, por iniciativa dos lavradores deste bairro da vila, que sempre foram muito devotos a este Santo. Apesar do progressivo desapareciemnto dos velhos lavradores, os seus descendentes e amigos teimam em manter a festa até aos dias de hoje. Para eles o nosso bem hajam!!
Txt. e fotos de N.Campos

domingo, 8 de janeiro de 2012

CPF vai empreender novas prospecções no jazigo de ferro de Moncorvo

(Minas de Moncorvo, infra-estruturas abandonadas - Arquivo N.Campos)

A CPF (Companhia Portguesa do Ferro), empresa constituída para prospectar o ferro de Moncorvo, no seguimento do contrato recentemente assinado com o actual governo, vai empreender novas prospecções no jazigo de ferro de Moncorvo, nomeadamente na zona entre a Carvalhosa e as terras de Carviçais até Freixo de Espada à Cinta. Aqui fica a notícia da LUSA:

«Torre de Moncorvo, 06 jan (Lusa) - A Companhia Portuguesa de Ferro (CPF) vai investir um milhão de euros, nos próximos três anos, em prospecção de minério de ferro na área mineira de Carviçais II, em Torre de Moncorvo e Freixo de Espada à Cinta.

Em declarações à Agência Lusa, Nuno Costa Gomes, gerente da CPF, avançou não haver qualquer incompatibilidade entre esta exploração e o anunciado investimento de mil milhões de euros da empresa australiana Rio Tinto numa zona vizinha.

"A prospecção e pesquisa está a decorrer como planeado e dentro de três anos poderá surgir uma nova etapa em todo o processo. Só vemos vantagens, ou até mesmo uma complementaridade, com a entrada de uma empresa como a Rio Tinto em todo o processo", disse Nuno Costa Gomes.

Os australianos da Rio Tinto, maior empresa de minas do mundo, querem investir cerca de mil milhões de euros na exploração de ferro em Portugal, em particular na área do concelho transmontano de Torre de Moncorvo.

Segundo Nuno Costa Gomes, o projecto da CPF não tem resultados imediatos. O empresário salientou ainda o facto de que todos os investimentos no sector mineiro são efectuados 'a muito longo prazo'. "Devido à crise financeira internacional, a malha está muito mais apertada para a viabilização de projectos desta natureza", acrescentou.

No terreno está já uma equipa de geólogos e outros profissionais, em trabalhos de análise e prospecção que durará três anos, podendo haver prolongamento do prazo.

A CPF tem associada uma empresa de direito norueguesa a este projecto de exploração mineira. FYP.

-Lusa.»

"A miragem do Ferro" - uma reportagem da TVI

(Vista das infra-estruturas abandonadas das minas, e a aldeia nova do Carvalhal ao fundo - foto de N.Campos)

Foi apresentada no passado sábado a reportagem da TVI, assinada por Víctor Bandarra (reportagem) e Bruno Vinhas (imagem), intitulada "Miragem do Ferro", realizada há cerca de dois meses, pouco depois das notícias saídas a público sobre a possibilidade de consórcios internacionais se virem a interessar pela exploração do nosso minério.

sábado, 7 de janeiro de 2012

Medronhos e medronheiros à vista de Moncorvo

O Natal já passou, mas não resistimos a colocar aqui, ainda que extemporaneamente, esta bela "árvore de Natal", à vista de Moncorvo, na quinta do Acipreste.

O medronheiro cresce espontaneamente na nossa região, desde a serra do Roboredo até aos vales mais abaixo. O seu fruto amadura pelo mês de Novembro e pode chegar aos inícios de Janeiro, juncando o chão de vermelho, se não for apanhado, o que na nossa região frequentemente acontece, pois aqui não há a tradição de se fazer aguardente de medronho. Por outro lado, o fruto, uma vez maduro e ingerido em excesso provoca dores de cabeça e embriaguez, razão porque não são muito consumidos...

Sobre este arbusto autóctone, diz-nos a Wikipedia (enciclopédia "on line"): «O medronheiro (Arbutus unedo) é uma árvore frutífera e ornamental da família Ericaceae, também conhecida como meródios, ervedeiro, êrvedo ou êrvodo.[1]. É uma planta nativa da região mediterrânica e Europa Ocidental podendo ser encontrada tão a norte como no oeste da França e Irlanda. O seu fruto é denominado medronho. Em Portugal, pode ser encontrado por todo o país, mas a maior concentração ocorre nas serras do Caldeirão e Monchique.»

Embora hoje não haja uma grande concentração na serra do Roboredo, devido às florestações e deflorestações ao longos dos tempos, a verdade é que aqui também os há, sendo um residual da flora primitiva da região. Sendo um arbusto ornamental, fica a sugestão para quem os quiser plantar nos hortos e jardins.

terça-feira, 3 de janeiro de 2012

Presépio

A tradição ainda é o que era. Até ao dia da chegada dos Reis Magos, ainda pode contemplar o presépio da igreja matriz de Torre de Moncorvo, uma representação natalícia carinhosamente mantida pelas zeladoras da igreja e o recém-reconstituído agrupamento de Escuteiros.

domingo, 1 de janeiro de 2012

Pouso e pousio

Cartaxo-comum  ( Saxicola  torquatus ) num ramo de amendoeira. Lá para março, rebentará um ninho de pétalas.