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terça-feira, 22 de outubro de 2019

Rogério Rodrigues - Exposição Vida e Obra na Biblioteca Municipal


Logo após o falecimento de Rogério Rodrigues a Biblioteca Municipal de Torre de Moncorvo montou, em tempo "record", uma bem documentada exposição, composta por um diaporama fotobiográfico, painéis com depoimentos de quem o conheceu (com destaque para o artigo de Luís Osório) e, em vitrinas, vários livros seus e em parceria, além de abundantes recortes de imprensa. 
Alguns painéis da exposição "Torre de Moncorvo, 1974-2009", com textos de Rogério Rodrigues e Assis Pacheco, a par de artigos do seu colega, amigo e conterrâneo Afonso Praça, completam a exposição.
O romance "A outra face da morte" (1985), o "Livro de Visitas" (1972), "(Re)cantos d'Amar Morto" (2011), "Torre de Moncorvo, Março de 1974 a 2009" (2009), entre outros escritos nomeadamente crónicas de imprensa, marcam aqui presença.
A actualidade moncorvense foi sendo sempre revisitada pela pena de RR, mesmo já depois da aposentação da sua actividade profissional.
Sendo de louvar esta iniciativa, tal não dispensa uma futura homenagem com mais relevo, se possível com uma marca na toponímia local (ainda que ele fosse avesso a isso).

A exposição pode ser visitada durante o horário de expediente (até às 18 horas), até ao final deste mês.

segunda-feira, 21 de outubro de 2019

Rogério Rodrigues - exposição Vida e Obra, na Biblioteca Municipal de Torre de Moncorvo


Lembramos que está patente até ao final do mês de Outubro, na Biblioteca Municipal de Torre de Moncorvo, uma exposição sobre a Vida e Obra de Rogério Rodrigues.
Aqui fica uma breve reportagem que nos foi enviada pelo Sr. António do Espírito Santo Mourão ("Açoreira TV"):

Clicar sobre o link:
https://www.youtube.com/watch?v=ZQ_lTCuu714&feature=share&fbclid=IwAR1-xjuMLQS58JPOoKvzzWiJEENi-NcHs1ZwvUgG0TLACaN1ArGaa2hGSeY


Uma retrospectiva a não perder para quem pretenda conhecer o percurso deste ilustre moncorvense que recentemente nos deixou.

quinta-feira, 24 de novembro de 2016

Livro do General Tomé Pinto, em Torre de Moncorvo, dia 26/11

(clicar para aumentar)

Será apresentado no próximo sábado, dia 26 de Novembro, a biografia do general Alípio Tomé Pinto, de autoria do próprio e de Sarah Adamapoulos, um dos mais ilustres moncorvenses, nascido em Maçores em 1936. Estará presente na cerimónia, como apresentador da obra e do homenageado, o ex-Presidente da República general Ramalho Eanes. O evento, organizado pelo Município de Torre de Moncorvo, terá lugar na Biblioteca Municipal, rua Infante D. Henrique. A não perder!

terça-feira, 26 de junho de 2012

Exposição "Património no território" na Biblioteca Municipal de Torre de Moncorvo

Encontra-se patente na Biblioteca Municipal de Torre de Moncorvo a exposição "Património no Território", organizada pela Direcção Regional da Cultura do Norte. Esta exposição consta de vários painéis onde correm diaporamas sobre vários monumentos do Norte de Portugal, entre os quais a igreja matriz de Torre de Moncorvo.
Instalada no átrio e interior do 1º piso da Biblioteca Municipal, esta exposição pode ainda ser visitada até à próxima sexta-feira.
                               
A Direcção Regional da Cultura do Norte é o organismo da Secretaria de Estado da Cultura que tem por missão a salvaguarda, protecção e divulgação do património classificado da Região Norte. O objecto desta exposição consiste na mostra de vários monumentos emblemáticos da sua área de intervenção, que foram alvo de acções de conservação e valorização nos últimos anos, alguns dos quais dispõem de guardaria e informação disponível, podendo ser visitados regularmente. Noutros casos as visitas podem ser efectuadas por marcação.
Para mais informações, visite o "site" da DRC-N: http://culturanorte.pt/pagina,1,12.aspx

Txt. e fotos: N.Campos

segunda-feira, 5 de março de 2012

Livro: "Santos Júnior e os intelectuais galegos - epistolário"

Momento inicial da apresentação do livro
No âmbito das festividades da Amendoeira em Flor, teve lugar no passado sábado, dia 3 de Março, no auditório da Biblioteca Municipal, mais um evento cultural promovido pelo município de Torre de Moncorvo: a apresentação do livro "Santos Júnior e os intelectuais galegos - epistolário", de autoria do Prof. Doutor Isaac Alonso Estraviz, editado pela Fundação Meendinho (Galiza), com patrocínio da diputación provincial de Ourense.
A abertura da sessão solene coube ao Presidente da Câmara de Moncorvo, tendo felicitado o autor por esta publicação, salientando que a mesma teve por base o espólio documental do Professor Santos Júnior, oferecido pelos seus herdeiros ao município, e que se encontra devidamente acondicionado e preservado no Centro de Memória de Torre de Moncorvo.
Seguidamente, em nome da família do Professor Santos Júnior, o Sr. Norberto Santos também se congratulou pela publicação, que vem tornar patente o imenso carinho que seu pai tinha pela Galiza, e os fortes laços de amizade com investigadores e intelectuais do noroeste peninsular, com quem se correspondia regularmente, trocando também as suas publicações.

O autor, Isaac Alonso Estraviz, durante a apresentação

De seguida, o autor, Isaac Alonso Estraviz, começou por oferecer ao Centro de Memória uma gravação (audio) com a voz de Santos Júnior durante uma homenagem que lhe foi feita na Universidade de Santiago de Compostela, em 1962, por iniciativa de seu amigo Otero Pedrayo, um dos muitos intelectuais galegos com quem mantinha correspondência, como se vê epistolário agora editado. Isaac Estraviz referiu-se largamente à luta pela afirmação da língua galega por essa geração de que Santos Júnior fez parte, desde os anos 20 e 30 do séc. XX, prolongando-se ainda pelas décadas seguintes. Essa geração, que tinha por referência Rosalía de Castro, a quem Santos Júnior chamava a "santa Rosalía" ou a "Santinha" das letras galegas, teve vultos da maior importância, quer no ambito da Literatura, como da Etnologia, História e Arqueologia, tais como Vicente Risco (1884-1963), Florentino Lopez Cuevillas (1901-1973), Joaquim Lorenzo Fernandez, Taboada Chivite, Figueira Valverde, todos representados neste epistolário, além de muitos outros.

O livro, de 784 páginas, inclui, na parte introdutória, uma interessante nota biográfica de Santos Júnior, de autoria de sua neta, a Prof. Doutora Ana Maria Santos Hübner. Segue-se uma abordagem à sua obra, por Isaac Estraviz, em que põe em evidência a sua relação com o meio cultural galego, sobretudo antes de enveredar pelos estudos ultramarinos, quer em Moçambique, quer em Angola. Na parte do Epistolário a correspondência foi organizada por remetente/destinatário (houve algumas recolhas em arquivos galegos), de forma cronológica. capa do livro

Importa referir que Joaquim Rodrigues dos Santos Júnior (1901-1990) era natural de Barcelos, mas viria a manter uma longa relação com Torre de Moncorvo, em virtude do seu casamento (em 1920) com uma moncorvense, a Srª. D. Judite Campos, filha do proprietário da Quinta Judite, cuja casa ainda hoje se mantém na posse da família. Desde então repartia as suas estadias entre Águas Santas (Maia), onde possuía a Quinta da Caverneira, e a casa de Moncorvo, aqui sobretudo nas férias. Tendo-se licenciado em medicina, viria a ser professor catedrático da Faculdade de Ciências da Universidade do Porto e deixou uma extensa obra como zoólogo, ornitólogo, antropólogo, etnógrafo e arqueólogo. A sua biblioteca e abundante espólio documental viria a ser doado pela Família, ao Centro de Memória de Torre de Moncorvo, nos anos 90 do século XX.

Quanto ao organizador da obra, Isaac Alonso Estraviz, nasceu na Galiza em 1935, sendo licenciado em Filosofia pela Universidade de Comillas, em Filosofia e Letras e em Filologia Românica pela Univ. Complutense de Madrid, diplomado em Cultura e Língua Portuguesa pela Universidade de Lisboa e Doutorado em Filologia Galega pela Universidade de Santiago de Compostela. Leccionou Língua e Literatura Galegas em Madrid e na Galiza. Desde os anos 90 foi professor associado da Universidade de Vigo. É membro da Comissão Linguística da Associação Galega da Língua, Vice-Presidente da Academia Galega da Língua Portuguesa, do conselho de redacção da revista Agália e do Boletim da Academia Galega de Língua Portuguesa (AGLP). É autor das seguintes obras: Dicionário de Língua Galega, Estudos Filológicos Galego portugueses e do Dicionário de Língua Galego-portuguesa, Os Intelectuais Galegos e Teixeira de Pascoais – Epistolário, e Eugénio de Castro e a Galiza – Epistolário ambos com a colaboração de Eloísa Álvarez.

Txt. e fotos de N.Campos

sexta-feira, 14 de outubro de 2011

Homenagem aos Professores Adriano Vasco Rodrigues e Maria de Assunção Carqueja, dia 15, sábado, em Moncorvo

A Câmara Municipal de Torre de Moncorvo em parceria com o Centro de Estudos e Promoção da Investigação Histórica e Social (CEPIHS) promove no próximo Sábado, dia 15 de Outubro, uma homenagem aos Professores Maria da Assunção Carqueja e Adriano Vasco Rodrigues, na Biblioteca Municipal de Torre de Moncorvo.
A sessão tem início às 15h30 com a apresentação do livro de poesia “Amanhã é Outro Dia” de Maria da Assunção Carqueja, pelo Senhor Professor Doutor João de Castro Nunes. Logo depois, será apresentado o livro de Homenagem “Percursos de Razão e Afetos” pelo Senhor Professor Fausto Fontes.
O programa termina com uma visita à exposição “Percursos e Afetos de Maria da Assunção Carqueja e Adriano Vasco Rodrigues”.
Maria da Assunção Carqueja é casada com Adriano Vasco Rodrigues e é natural do Felgar, concelho de Moncorvo. Licenciada em Ciências Histórico Filosóficas é autora de várias obras de investigação algumas sobre a história do nosso concelho.
Adriano Vasco Rodrigues é natural da Guarda e a sua carreira profissional foi repartida pela docência e pela investigação científica, tendo uma vasta obra publicada na área da história e arqueologia.


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Notícia recolhida do "Jornal Impresso", edição on
line:
http://www.jornalimpresso.com/?p=17769

terça-feira, 20 de setembro de 2011

III Aniversário do Grupo de Teatro Alma de Ferro

Celebrou-se no passado Sábado, dia 17 de Setembro, o 3º. aniversário do Grupo de Teatro Alma de Ferro, de Torre de Moncorvo. Depois de um breve balanço das actividades já realizadas pelo grupo, o Dr. Américo Monteiro, na qualidade de coordenador e encenador, agradeceu os patrocínios que têm recebido, nomeadamente do município de Torre de Moncorvo, entre outras entidades públicas e privadas.
Para quem estivesse à espera de uma exposição apenas de fotografias e recortes, esta exposição foi uma surpresa, uma vez que se apresentaram várias peças do guarda-roupa (em suportes escultóricos improvisados para o efeito), elementos de cenários das várias peças e, voilá!, a recriação de alguns dos momentos mais marcantes de cada peça, através dos respectivos actores, trajados a rigor. - Aqui fica um breve registo fotográfico:
Momento em que Américo Monteiro descerrou os painéis com recortes e fotografias alusivos às actuações do grupo, enquanto o "boneco" saído de uma mala do sótão (figura criada e interpretada por Esperança Moreno) o observa.

Vista geral da exposição, apreciada e altamente elogiada pelo Presidente da Câmara (em primeiro plano, na foto).

Outro aspecto da sala da exposição, em que se recriaram os cenários de várias peças, desde a "Lenda de Moncorvo", o "Consultório" (de A. M. Pires Cabral), "Falar Verdade a Mentir" (de A. Garrett), "Deus lhe pague!" (de J. Camargo), entre outras.

Excerto de "O Consultório", apresentada por A. Monteiro, com as actrizes Marilú e Esperança em cena.

Momento e cenário da peça "Deus lhe pague!", com o pedinte "Barata" (Luís Pires) à porta da igreja...

Mas o "momento alto" (também porque interveio do cimo das escadas) foi a aparição do escritor Campos Monteiro (interpretado por Camané Ricardo, tirando partido de algumas parecenças com o ilustre escritor moncorvense). Em complemento desta actuação, a Biblioteca Municipal montou uma exposição de textos e imagens sobre a Vida e Obra deste ilustre escritor, hoje bastante esquecido, como se lamentou o seu fantasma, pela voz do Camané...

Momento final da confraternização, nos jardins da Biblioteca, que junto os elementos do Grupo Alma de Ferro (actores, encenador e técnicos), da Biblioteca e numeroso público que se quis associar a este aniversário-exposição e cantar os parabéns ao "menino Alma de Ferro".

Vida longa, é que lhe(s) desejamos também.

terça-feira, 23 de agosto de 2011

Livro de Isabel Mateus e Exposição de Francisco Moura, no próximo sábado na biblioteca municipal

(Clicar sobre o convite, para AMPLIAR)

Será apresentado no próximo sábado, dia 27 de Agosto, na Biblioteca Municipal de Torre de Moncorvo o livro de Isabel Mateus, intitulado "A terra do chiculate", o qual versa a problemática da emigração portuguesa (e trasmontana em especial) para terras da mítica Europa (sobretudo para França) - eram as "terras do chicolate", no dizer de um garoto, à época com os pais emigrados. Estará presente a Drª. Maria da Conceição Tina Melhorado, uma das pessoas retratadas no livro, através de uma fotografia do conceituado fotógrafo Gérald Bloncourt (também autor da fotografia da capa). Conceição Melhorado era uma criança nos anos 60, quando seus pais emigraram para França, tendo conhecido na pele os problemas da emigração, o que não a impediu de vencer na vida (ou talvez por isso). - A apresentação do livro estará a cargo de Rogério Rodrigues, também escritor e jornalista, nosso conterrâneo e amigo da autora.

Aproveitamos para informar que o livro "O trigo dos pardais", também de autoria de Isabel Mateus (cujo lançamento noticiámos neste blogue: http://torre-moncorvo.blogspot.com/2010/04/um-sabado-cultural-com-trigo-dos.html), foi incluído no Plano Nacional de Leitura (PNL), programa Ler+, sendo recomendado para os níveis do 8º ano de escolaridade. - Aqui ficam as nossas felicitações à ilustre escritora (nossa conterrânea e colaboradora deste blogue) pelo reconhecimento da sua qualidade por parte das entidades oficiais ligadas ao ensino da Língua Portuguesa.

Ainda no sábado à tarde, depois do lançamento do livro de Isabel Mateus, teremos a inauguração de uma exposição de pintura sob o tema "A aldeia", de autoria de Francisco Moura, mostrando diversos aspectos da aldeia de Carviçais. Esta mostra ficará patente no Centro de Memória (agregado à Biblioteca Municipal).

A não perder!!

segunda-feira, 11 de julho de 2011

Ante-estreia de "Deus lhe pague!", pelos Alma de Ferro - mais um sucesso!


Conforme anunciámos, realizou-se no passado dia 8, no pátio interior da Biblioteca Municipal a ante-estreia da peça "Deus lhe pague", pelo grupo de teatro amador desta vila, "Alma de Ferro". Escrita em 1932 por Joracy Camargo (1898-1973), “Deus lhe Pague” veio a ser um dos maiores êxitos da dramaturgia do Brasil. Em Lisboa foi representada, pela primeira vez, de 8 de Março a 29 de Maio no ano de 1935.


Esta peça tem um texto longo e complexo, recheada de crítica social, sobretudo à burguesia imperante que, no tempo em que a peça foi escrita, irrompia associada ao processo de industrialização brasileiro, gerando mendicidade. Os dois personagens principais são, assim, dois mendigos, em que um deles, o mendigo-filósofo (representado por Camané Ricardo) é, na verdade um falso mendigo ("eu sou riquíssimo!", afirma) que vai instruindo um novo mendigo (o Barato, papel representado por Luís Pires), ao mesmo tempo que lhe conta aspectos da sua vida. Esta versão dos Alma de Ferro contou com a adaptação e encenação de Américo Monteiro e, embora em ante-estreia, representou um dos pontos altos da já importante carreira dos Alma de Ferro. De salientar o brilhante desempenho do Camané, no papel de mendigo-filósofo, e de Luís Pires, que foi, para nós, uma revelação. Todos os restantes actores estiveram ao melhor nível, com um guarda-roupa excelente, cenários bem elaborados e jogo de luzes perfeito, num ambiente nocturno de luar e céu aberto, no palco do magnífico jardim da biblioteca municipal.

Aqui fica a reportagem fotográfica, registando alguns momentos da peça:

A cena inicial, vendo-se o numeroso público que não quis perder esta ante-estreia.
O mendigo-filósofo (Camané), procurando "instruir" o seu protegido Barata (Luís Pires) - foto de C., cedida por Camané.
Outro aspecto do diálogo dos mendigos.
Um "flash-back" em que o patrão que consegue iludir a esposa do operário (Marilú Brito), obtendo uns planos de uma prodigiosa máquina (tear) concebida pelo empregado. Este virá a ser, mais tarde, o mendigo-filósofo, que se procura desforrar da sociedade, levando-a a pagar o que ela - a sociedade - lhe deve. A esposa enganada pelas promessas de jóias e altos palácios, acaba por morrer louca.
O mendigo rico, numa das faces da sua vida dupla, apontando à nova esposa (Esperança Moreno) o caminho do futuro ao lado de um seu primo e pretendente, um jovem bancário (Paulo Medeiros).
E mais não contamos, esperando que todos os curiosos e interessados se desloquem ao teatro do Celeiro, no próximo dia 15 de Julho, para assistirem à estreia da peça nesse espaço!
As nossas felicitações ao grupo Alma de Ferro/Associação Cultural de Torre de Moncorvo, por este magnífico trabalho.

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Txt. e fotos de N.Campos (excepto a que vai indicadas, de autoria de C., enviada por Camané Ricardo, com os nossos agradecimentos)

sexta-feira, 8 de julho de 2011

"Deus lhe pague", pelos Alma de Ferro, HOJE, 8 de Julho!

O grupo de teatro Alma de Ferro leva à cena a peça "Deus lhe pague!", de Joracy Camargo.

A representação terá lugar no pátio da Biblioteca Municipal, HOJE, sexta-feira, pelas
21:30h. - A não perder!


Logotipo do grupo de teatro moncorvense

quarta-feira, 27 de abril de 2011

Biblioteca municipal: lançamento do livro "ULTREIA, Caminho sem bermas", de A. Sá Gué

Capa do livro
Integrado no programa das comemorações de 25/04, foi apresentado finalmente em Torre de Moncorvo, no auditório da Biblioteca Municipal, o livro do nosso conterrâneo António Sá Gué, "Ultreia - caminho sem bermas", editado em Novembro de 2010 (como noticiámos aqui neste blogue), com a chancela da Lema d'Origem Editora Ldª. e prefácio do Dr. Alberto (Beto) Areosa, director do agrupamento de escolas de torre de Moncorvo, e cunhado do autor.

Tribuna, no momento da apresentação do livro, pelo Engº. Jorge Afecto
A abertura da sessão coube ao Presidente da Câmara de Torre de Moncorvo, Engº. Aires Ferreira, contando com a presença da Chefe de Divisão de Cultura e Turismo, Drª. Helena Pontes e do Engº. Jorge Afecto, amigo do autor, que fez a apresentação do livro, tendo começado por evocar o conhecimento entre ambos, desde o tempo em que cumpriu o serviço militar. Na verdade, o escritor António Sá Gué, nome literário de António Lopes, é, como sabemos, também um ilustre militar de carreira, ao presente com a patente de tenente-coronel.

O autor, António Sá Gué, usando da palavra.
Pela excelente abordagem efectuada por Jorge Afecto, deu para se entrever o conteúdo da obra - partindo de uma viagem realmente feita pelo autor em 2008, através do Caminho de Santiago. A partir dessa entra-se numa viagem outra, de cariz simbólico, esotérico e iniciático, em que o seu alter-ego, na pessoa de um Professor (antigo funcionário do "ministério do consumo", departamento da Obrigatoriedade), vai discorrendo sobre o que é e o que deveria ser uma certa "escola" que aqui se pretende que seja o Caminho e a Escola da vida. Cada etapa do caminho suscitou uma série de reflexões, pessoais, intimistas, mas na verdade dirigidas a um grupo de "alunos" ou "aprendizes". São 13 etapas, equivalentes a 13 degraus, no livro correspondentes a 13 capítulos, e, como de professor se trata, abertos com 13 "sumários", onde se explanam as respectivas lições, de uma escola que desde logo se intui que não é uma escola de crianças, na acepção normal do termo.
A mística do Caminho (de Santiago) vai-se revelando na atenção aos símbolos, monumentos, lendas e toda a magia que o envolve e, por consequência, envolve os espíritos que o percorrem, naturalmente os capazes dessa apreensão. Aí nos aparecem Rolando (o da célebre canção medieval) nos desfiladeiros de Roncesvalles, onde, moribundo depois da batalha, quebra num penedo a sua fiel espada, a Durindana... A prossegue a caminhada em demanda do mítico Graal, quiçá o ideal da perfeição a atingir por cada um...

Um aspecto da plateia, num auditório repleto.
Segundo o autor, este é um livro que se situa no plano dos princípios. Citando Kant, o objectivo último é o caminho da Liberdade. Discorreu entretanto sobre o caminho físico, o da Peregrinação jacobeia, informando que este é um caminho pré-cristão, redescoberto na Idade Média e se continua a fazer até aos nossos dias, numa busca da espiritualidade. Neste aspecto, o Caminho é uma escola de segredos da transformação da matéria, onde pontuam as igrejas românicas (e posteriores), pontes, etc., incluindo lápides com estranhos sinais que parecem pertencer a chefes de guildas de pedreiros; do mesmo modo o "professor" Daniel procura aí inspiração para a transformação das consciências, base da verdadeira revolução.
Terminou Sá Gué a sua intervenção com uma referência especial à povoação de Cebreiro, onde Wagner se terá inspirado para escrever a ópera "Parcifal". E foi ao som de Wagner que o autor leu o poema final, um hino, decerto inspirado no hino ao Sol do herético faraó Akhenaton, com que termina o livro: "Tu, que todos os dias desces em ti, / que pairas no abismo,/ que te perdes,/ mas renasces, /mostra-nos os truísmos mais banais.// Tu, que contas o tempo./ que és vida e morte,/ Princípio e Fim, / Luz e trevas, /simultaneamente/ mostra-nos o caminho.// Tu, navegante ousado, /torrente ludra,/delta pacífico,/conhecedor de todas as coisas/ agitador de consciências, /Mostra-nos a verdade.// tu que verdadeiramente nasces para todos,/ mesmo para gente que nunca existiu,/ tu, conhecedor do tamanho do mundo,/ Mostra-nos a verdadeira consciência social./ Tu, grande espírito indomável, que nos iluminas, /Tu, Delta luminoso, sobreviverás além da morte./ Nós, meros mortais, brevemente voltaremos ao pó/ E navegaremos, contigo, para sempre, neste mar da vida."

Encontro de escritores do concelho, na hora dos autógrafos: o autor e a Drª. Isabel Mateus, ambos ilustres colaboradores deste blogue
Este "Tu" a quem se dirige, é, evidentemente, o Sol, a Luz e a Vida que emanam o disco solar Aton (que Akenaton associa ao deus único, rompendo assim com o politeísmo, e inaugurando a via monoteísta, pretendem alguns que inspirado no deus dos Hebreus, então escravos do Egipto), como tal a Divindade e supremo arquitecto do universo, como se intui da alusão ao "delta luminoso". Interessante que se termine com a imagem de um barco que transporta a mensagem, no fim do Caminho/Mundo, para além do (ultreia) mar, para o caminho real inca (cápac ñan), onde, efectivamente os cultos solares tiveram também lugar, como bem o demonstra a chamada "pedra do sol", no ponto mais alto da cidade perdida de Machu Picchu (revelada em 1911, precisamente há 100 anos). Há quem pense que o segredo maior dos Templários seria o conhecimento da existência de terras além-mar, e que a procura do fim do mundo - a Finisterra galega - era a busca do caminho do Sol, ou também do caminho das estrelas, através dessa estrada sideral, a Via Láctea, a galáxia onde fica a nossa casa, a Terra - aliás, a palavra "Compostela" advém de "campus stellae" (campo de estrelas), onde o sepulcro do apóstolo (Sant'Iago, ou Iacob, ou Jacob) se terá manifestado através de luzes... Não será também por acaso que o protagonista do livro se chama Daniel, nome de Profeta, que aqui talvez nos queira deixar a profecia de um novo mundo, mais além - sendo este o significado de "Ultreia" (saudação antiga dos peregrinos de Santiago, e que bem conhecemos da música folk galega, divulgada pelo grupo musical do mesmo nome).
Que nos perdoe o autor o atrevimento por estas conjecturas e extrapolações finais, resultantes da nossa leitura pessoal. - Esperemos que cada qual faça a sua, pois o livro é como uma pedra que salta da mão do autor e vai bater não se sabe onde...
Texto: N.Campos; Fotos: João Pinto Vieira Costa

quinta-feira, 21 de abril de 2011

Comemorações do 25 de Abril em Moncorvo

(Clicar sobre o cartaz - para AMPLIAR)

No âmbito das comemorações do 25 de Abril, destacamos estes dois eventos culturais, a saber, o lançamento de mais um livro do nosso amigo e colaborador deste blogue, António Sá Gué, intitulado "Ultreia" (em redor do Caminho de Santiago) e uma exposição de pintura de Gomes da Rocha e Ana de Pinho.

A não perder!!


segunda-feira, 21 de março de 2011

Poesia de PedroCastelhano (Rogério Rodrigues), apresentada no passado Sábado em Moncorvo

O auditório da biblioteca municipal foi pequeno, no passado Sábado à tarde, durante a apresentação do livro de poesia de Pedro Castelhano (aliás Rogério Rodrigues), evento aqui anunciado, no âmbito das comemorações do Feriado Municipal de Torre de Moncorvo.
Tendo usado primeiro da palavra o Sr. Presidente da Câmara, Engº. Aires Ferreira, e o editor, Dr. A. Baptista Lopes (editora Âncora), a análise aprofundada da obra e do autor couberam ao distinto Homem de Letras, Prof. Doutor Amadeu Ferreira.
No final, o autor encerrou com algumas palavras sobre os contextos em que foi produzindo este material poético, fruto da sua "carpintaria" literária, mencionando as referências que lhe serviram de inspiração (Luisa Neto Jorge, Jorge de Sena e outros). Citando Sena, afirmou que "a Poesia é talvez a coisa mais inútil que há, mas não conheço nada mais importante".

Tribuna - a contar da esquerda. doutor Amadeu Ferreira, dr. Rogério Rodrigues, engº Aires Ferreira, drª. Helena Pontes, dr. Baptista Lopes
Começando pelo pseudónimo, Pedro Castelhano, Amadeu Ferreira esclareceu que se trata de um anagrama de Peredo dos Castelhanos (aldeia do concelho de Torre de Moncorvo), terra de naturalidade do autor, o que constitui também uma homenagem do Poeta ao cantinho de onde é oriundo.
Escalpelizando depois o título - "(Re)cantos d'Amar Morto" - o apresentador afirmou que o mesmo é susceptível de uma decomposição, vendo aí as noções de "Recanto" (lugar esconso), de "canto", não só por alusão ao verbo poético mas também o "canto" significando "bloco talhado". Há depois as ideias de "Amar"/amor e "Morte"/morto. E conclui que tudo isso está no livro, em que perpassa o amor ao rincão natal de que o autor foi arrancado, como outros trasmontanos, e transplantado para a Urbe, se bem que não haja aqui um telurismo torguiano, porque na verdade, no dizer do autor: "regresso à terra de onde nunca cheguei a partir" (Torga escrevera: "Regresso às terras de onde me roubaram...")
Da nossa parte poderíamos ainda acrescentar aqui a esta análise do título feita por Amadeu Ferreira, um outro conceito que nos parece aí contido: o de "Mar Morto", por alusão aos célebres manuscritos achados em Qûmran, que estiveram perdidos durante mais de 2000 anos, e onde se encontra o essencial do pensamento da seita mística (e eremítica) dos Essénios, algures nos desertos da Palestina. Também alguns destes escritos (manuscritos ou não) do Rogério, estiveram como que "perdidos" durante anos, se não dentro de vasos, pelo menos dentro de gavetas. A sua reconstituição permite-nos seguramente conhecer algo do seu pensamento e muito do seu sentir, tal como hoje sabemos dos essénios.
À esquerda, o doutor Amadeu Ferreira faz a análise da obra de Rogério Rodrigues (à direita).
Já por este blogue (e outros que o precederam) conhecíamos um ou outro poema ora reunidos neste livro, pelo que sabíamos de antemão da subida qualidade deste há muito esperado livro. Mas vendo-os agora assim reunidos “em letra de forma”, digamos que o Verbo ganhou outra amplitude. Trata-se, por isso, de um livro incontornável, para quem gosta de Poesia, legível e entendível (sempre dentro dos limites que nos são permitidos pela metáfora), bem ao invés de certa poesia contemporânea que, a nosso ver, chega a ser repulsiva pela ausência de musicalidade e sentido estético, em alguns casos quase ao nível formal da letra das canções "rap"...
Mas, deixemos de lado a nossa opinião, e dêmos voz ao autor, de onde retiramos este excerto magnífico do grandioso poema "Carpe Diem", um escrito crepuscular, de fim de Civilização (romana e/ou Ocidental? eis a questão):

«(...)
Carpe diem
homem que morreste só porque tinhas razão
e o futuro era a tua margem mais próxima.
Olha os desertos que regorgitam de santos
à procura do pecado. De monofisitas,
de idólatras, de iconoclastas. De gente
de sandálias, enquanto o Império cai
e não se determina por certo qual o sexo
dos anjos. Vêm os normandos, vieram
os lombardos, as hordas, as espadas
e Roma resistiu e o Homem sobreviveu.
(...)»

E ainda este excerto do poema à neta:
«(...)
Quando passeares na cidade, não te esqueças das montanhas.
Ali se escondem os espíritos, os abandonados pelo tempo,
os banidos ladrões falhados no assalto à alegria.
Serei uma sombra, um nome vago, um morrer
sem memória. Não serei, Obscuro nulo de nada. Talvez um grão.
Estou de abalada para dentro de mim, sem bornal nem seguro.
Mas como eu sonho que um violino me toque como
se eu fosse o violino e a sua melodia. Flor,
deixa-me os espinhos e respira. Sinto que é brisa.
(...)»

Poderíamos ainda aqui destacar os famosos "Nove Poemas de Novembro", de que o autor já publicara excertos no TorredeMoncorvoinBlog, como por exemplo: http://torredemoncorvoinblog.blogspot.com/2009/11/nove-poemas-de-novembro.html

... ou ainda o arrepiante "Stabat Mater", também já nosso conhecido:

http://torredemoncorvoinblog.blogspot.com/2009/06/stabat-mater.html

ou outros mais ainda, só agora saídos à luz do dia... Mas fazer aqui mais excertos tiraria o prazer da leitura, agora encadeada, no delicado suporte de papel, que é, também ele, uma cuidada obra de arte, no formato e nos acabamentos, começando pelo tom de amarelo-dourado da capa. Este é o primeiro título de uma nova colecção de poesia, com a chancela da Âncora, denominada "Universos". Parabéns também ao editor pela ousadia e...

Obrigado Rogério (aliás, Pedro Castelhano), por este presente de Primavera em dia de S. José!

Texto: N.Campos
Fotos: N.Campos e Higino Tavares

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Para quem quiser ler o livro aqui referido, pode requisitá-lo na Biblioteca Municipal de Torre de Moncorvo, ou adquiri-lo na livraria Clássica, nesta vila. Os interessados residentes em outras paragens, podem contactar a Âncola Editora, Aven. Infante Santo, 52, 3º esqº. 1350-179 Lisboa - ancora.editora@ancora-editora.pt e nas livrarias da especialidade.

segunda-feira, 14 de março de 2011

"(Re)cantos d'Amar Morto" de Pedro Castelhano, para o feriado municipal


A Câmara Municipal de Torre de Moncorvo promove o lançamento do livro de poesia "(Re)cantos d'Amar Morto", de Pedro Castelhano (aliás Rogério Rodrigues), no próximo dia 19 de Março (sábado), feriado municipal de Torre de Moncorvo (clicar sobre o convite acima).
O autor dispensa apresentações, pois que se trata do distinto jornalista e homem de Letras Rogério Rodrigues, oriundo do Peredo dos Castelhanos (daí o anagrama /pseudónimo), colaborador do nosso blogue (ver série de post's sobre a República e Maçonaria, editados entre 9 e 14 de Dezembro de 2010).
Depois do já longínquo "Livro de Visitas" (de 1972) Rogério Rodrigues pouca poesia publicou, apesar de sabermos que continuou a cultivar a musa poética, tendo produzido assombrosos poemas, distribuídos aos amigos, ou editados na blogosfera, em que se inclui o nosso blogue (ver, por exemplo o fantástico Poema de Natal aqui editado em 16.12.2010).
É, assim, com grande curiosidade que, no próximo dia 19, teremos ensejo de ver esses poemas saídos da gaveta.
A apresentação da obra e do autor estará a cargo do distinto professor universitário e homem de Letras Amadeu Ferreira, vice-presidente da CMVM, natural de Sendim (terras de Miranda do Douro). Refira-se, a título informativo, que Amadeu Ferreira foi (e é) o grande paladino da língua mirandesa, sendo mentor da lei que reconheceu o mirandês como 2ª. língua oficial em Portugal. É também escritor e poeta, com alguma obras em mirandês, editadas com o pseudónimo de Francisco Niêbro.

domingo, 27 de junho de 2010

Jornadas Culturais - Centenário da República

Tal como anunciado, decorreram ontem, na Biblioteca Municipal, as Jornadas Culturais para a comemoração do Centenário da República, uma iniciativa da Câmara Municipal de Torre de Moncorvo, com a colaboração da Fundação Eça de Queiroz.
Numa primeira parte, a Professora Doutora Fátima Marinho dissertou sobre “ A implantação da República e as suas representações na Literatura Portuguesa da Pós - Modernidade”, colocando em destaque Os Teles de Albergaria(1901), de Carlos Malheiro Dias, Próspera Fortuna (1910), de Abel Botelho, A Escola do Paraíso ( 1960), de José Rodrigues Miguéis, Vida e Morte dos Santiagos (1985) e O Segredo de Miguel Zuzarte (1990), de Mário Ventura, Levantado do Chão (1980), de José Saramago, Memórias Laurentinas (1996) e Fama e Segredo na História de Portugal (2006), de Agustina Bessa Luís, A Herança de D. Carlos (2008), de António Cândido Franco, e ainda alguns textos de diversos autores publicados em A República nunca existiu (2008).
Já num segundo momento, o público teve a oportunidade de ouvir “A República na Génese da Modernização Política Portuguesa (1910-2010)", numa intervenção do Professor Doutor Manuel Loff.
Mesa: Dª Helena Pontes, Engº Aires Ferreira, Presidente da Câmara de Torre de Moncorvo, Professora Doutora Fátima Marinho e Professor Doutor Manuel Loff.

Professora Doutora Fátima Marinho e Professor Doutor Manuel Loff, docentes na Faculdade de Letras da Universidade do Porto.
Txt. e Fotografias de João P. V. Costa

segunda-feira, 12 de abril de 2010

Um sábado cultural com "Trigo dos Pardais" (livro) e "Raiz de brinquedo" (exposição)

Abertura da sessão, pelo Sr. Presidente da Câmara (foto de João Pinto V. Costa)

Sábado, 10 de Abril, pelas 15;00h, decorreu no auditório da Biblioteca Municipal a apresentação do livro livro há muito esperado, "O Trigo dos Pardais" de autoria da nossa conterrânea e colaboradora do blogue, Doutora Isabel Mateus. Abriu a sessão o Sr. Presidente da Câmara, Engº. Aires Ferreira, elogiando o trabalho da autora, após o que passou a palavra à Doutora Assunção Anes Morais, autora do prefácio do livro.

A Drª. Assunção Anes fazendo a apresentação da autora e da obra (foto de João Pinto V. Costa)

Maria da Assunção Anes Morais é professora em Vila Real, sendo especialista na obra de Miguel Torga, um elo comum que a liga a Isabel Fidalgo Mateus, uma vez que ambas elaboraram as suas dissertações académicas em torna da obra daquele eminente escritor trasmontano. No caso de Isabel Mateus, quer em "Outros Contos da Montanha" (o seu livro anterior) quer agora em "O trigo dos pardais", tal como em Torga, é bem patente o telúrico apelo às raízes e ao "rincão sagrado". Como referiu a apresentadora, neste último trabalho perpassam, através dos contos evocativos das brincadeiras da infância (jogos populares infantis) muitos outros aspectos, como sejam a arquitectura rural, as ervas medicinais, a vida campestre associada à terra, aos animais (domésticos ou silvestres, como a raposa, o lobo, os ouriços cacheiros, os texugos) ou as árvores. Ressaltou a mensagem ecológica e o apelo à preservação do património cultural e natural que está subjacente à obra, terminando a sua intervenção dizendo que este livro, "O Trigo dos Pardais" convida-nos a passear pelos montes!"

Capa do livro e dobra lateral com biografia da autora

No uso da palavra, Isabel Fidalgo Mateus começou por explicar o título do livro, dizendo que se baseia no aforismo popular segundo o qual o primeiro trigo é sempre para os pardais, aves cosmopolitas que tanto se encontram em meio rural como urbano, e que afoitamente se introduzem no meio das galinhas para roubarem o trigo que podem. Mas aqui também se podem associar os pardais às crianças ladinas, que no meio rural de outros tempos criavam os seus próprios brinquedos e aprendiam os seus jogos com os mais velhos, normalmente passados de geração em geração. Aproveitou para referir que foi neste sentido que fez questão de associar à apresentação do seu livro uma exposição do Dr. João Pinto V. Costa (também nosso colega de blogue e matrimoniado no concelho de Torre de Moncorvo), a qual é composta por inúmeros brinquedos de madeira e confeccionados com elementos vegetais.
A complementar a intervenção, a autora mostrou numa apresentação em Powerpoint uma série de imagens das Quintas do Corisco, terra de sua naturalidade, algures do outro lado da serra do Roboredo, na freguesia de Felgueiras, o cenário idílico dos seus contos.
Foram ainda feitos os agradecimentos a todas as pessoas e entidades que tornaram possível esta edição. Destacamos a capa e as primorosas ilustrações de autoria de Cristina Borges Rocha.
Entre escritas: a autora escrevendo uma dedicatória ao ilustre escritor Professor Rentes de Carvalho (foto de João P. V. Costa)

No final, houve a inevitável sessão de autógrafos, encontrando-se entre o numeroso público o ilustre escritor Rentes de Carvalho que, tal como Isabel Mateus, é um "emigrante" que procura nas suas raízes a substância da expressão literária, revelando igual apego a estas fragas, na exacta medida do tempo e da distância em que permanecem "fora". Duas gerações de escritores trasmontanos no exterior, mas que não se conseguem desligar do tal "rincão".

Exposição "Raiz de Brinquedo" no Centro de Memória (foto de João Pinto V. Costa)

Depois de um beberete nos jardins da Biblioteca, foi inaugurada a exposição "Raíz de Brinquedo", de autoria de João Pinto V. Costa, na sala de exposições do Centro de Memória. O autor, sendo natural de Alpendorada (concelho de Marco de Canaveses) casou com uma moncorvense de Sequeiros (Açoreira), o que o levou a descobrir, desde há muito, quer as paisagens, quer a cultura popular da nossa região. Para mais, sendo professor em Vila Real, podemos dizer que Trás-os-Montes lhe está na alma. Além de docente, João Pinto é autor de alguns livros, de que se destaca "Flora de brincadeiras", que é uma espécie de catálogo dos trabalhos manuais que executa como "hobby", tendo como objectivo reproduzir antigos brinquedos/brincadeiras que se faziam para os garotos. Nesse afão, acaba mesmo por criar novos brinquedos, tirando sempre partido de elementos vegetais, em que a madeira também se inclui.
Outro aspecto da exposição (foto de João Pinto V. Costa)

Como escreveu Agostinho Chaves (in Mensagens Aguilarenses, 9/12/2008), citado no folheto que enquadra a exposição: "os brinquedos que João Pinto Vieira da Costa constrói são eternos. Quando não havia legos, nem consolas, nem sequer a 'Chicco' nem a 'Toys 'r Us' ou a 'Centroxogo', muito menos as grandes superfícies comerciais que deliciam os olhos das crianças e dão cabo das carteiras dos papás, as crianças brincavam muito mais, de forma mais divertida, por improvisada e criativa. Os seus brinquedos eram feitos do que havia: uma casca de noz, um vime, uma rolha de cortiça, uma carica, o canoco de um milheiro, uma raiz, a vareta de um guarda chuva desfeito pelo vento, uma pinha, um botão velho, um pedaço de arame, um arco de pipa velha abandonada, um ramos de árvore em Y, até uma meia em desuso que era cheia de palha e cozida na ponta, fazendo uma bola com que se jogava futebol. // Não admira que essas práticas (como a generalidade dos jogos populares) tivessem desaparecido, no avançar dos tempos em que o consumo cresceu e tomou conta de nós, através de cada vez mais atraentes e agressivas campanhas de 'marketing' e de publicidade" (...)

Um helicóptero feito com uma cabaça (foto de João Pinto V. Costa)
Esta exposição fica patente até ao mês de Maio - a não perder!!!
De caminho, é obrigatória a leitura do "Trigo dos Pardais", pois assim poderá o leitor entrar melhor no espírito da exposição.
Fica a proposta.