Esta colecção faz parte do Fundo Engº. Gabriel Monteiro de Barros o qual integra o Centro de Documentação do Museu do Ferro (biblioteca temática e arquivo), tendo-se constituído recentemente, mediante uma preciosa doação do Sr. Engº. João Pedro Monteiro de Barros e esposa, Drª. Maria de Fátima Goulão da Costa Brito Cabral, familiares e herdeiros do Engº. Gabriel M. de Barros.
O objectivo desta exposição, além de ser o de se darem a conhecer os fundos do Museu, mostrando a realidade mineira de outros tempos, procura também uma maior identificação dos antigos trabalhadores das minas com este espaço cultural, além de um certo contexto de oportunidade, decorrente do facto de se terem retomado prospecções geológicas na zona mineira de Moncorvo, como salientou o Presidente da Câmara, Engº. Aires Ferreira, no momento da recepção.
A inauguração contou ainda com a presença do Engº. João Pedro Monteiro de Barros Cabral e esposa (doadores das fotografias e demais espólio) e ainda o Engº. Fernando Mello Mendes e seus familiares, sendo de destacar que o Engº. Mello Mendes (que há dias completou os 85 anos), professor jubilado do Instituto Superior Técnico, além de colega e primo do Engº. G. Monteiro de Barros é o último dos pioneiros da Ferrominas que viveu a odisseia da constituição desta empresa. Como disse no seu discurso, aqui trabalhou entre 1951 e 1953, não tendo voltado a Torre de Moncorvo até agora. Soubemos ainda que foi autor de algumas das fotografias que estão patentes na Sala do Ferro do Museu.
Foram ainda muitos os antigos trabalhadores das Ferrominas que não quiseram perder esta oportunidade de reviver velhos tempos e reencontrar antigos colegas, já que alguns se encontram emigrados. No entanto, poucos são os que ainda se recordam dos trabalhos dos anos 50, tal como os senhores Teodorico Carriço (chefe de oficinas), um homem que trocou Lisboa por Moncorvo (e cá continua a residir, no Carvalhal), e Manuel Costa (mais conhecido por "Pai Nosso"), que veio das bandas do Douro (Mesão Frio) e que também por cá ficou.
Além das ampliações fotográficas a cores que compõem a exposição, muitas outras (a preto e branco) foram apresentadas num pequeno écran, através de um diaporama elaborado em MoovieMaker. Completam a exposição uma pequena forja portátil de rodízio, a qual servia para aguçar os ferros e as picaretas nas frentes de desmonte, e um conjunto de soldador, para reparação de viaturas e máquinas - objectos que foram recentemente oferecidos por antigos trabalhadores das minas, o que revela que o Museu continua a merecer a atenção e o carinho dos seus primeiros destinatários.
Ainda no contexto da exposição esteve patente num computador portátil uma base de dados com mais de um milhar de nomes de antigos trabalhadores das minas, fichas essas que têm vindo a ser enriquecidas com uma série de informações, nomeadamente sobre o quotidiano mineiro, que os mineiros ou seus descendentes têm prestado. Esta é uma das vertentes de trabalho que o Museu tem desenvolvido de há uns anos a esta parte, pretendendo agora intensificar os registos em suporte audiovisual.
1 comentário:
Uma magnífica exposição, sim senhor!
Vi, gostei e recomendo, sobretudo para quem não viveu ou já não se lembra do tempo das minas de Moncorvo.
Com um abraço de uma Musa em Férias
Enviar um comentário