segunda-feira, 14 de novembro de 2011

Emigração - Ilca, uma vida entre Portugal e Suíça

Na edição em português do jornal suíço "on line" Swissinfo, é publicada uma reportagem (datada de Setembro de 2008) em que se conta a história de emigração de uma moncorvense que regressou às suas origens. Como aqui temos publicado diversas histórias de emigração, sobretudo pela pena da nossa distinta colaboradora Professora Isabel Mateus, aqui fica mais este depoimento. É caso para se dizer que há sempre um(a) moncorvese em todo o lado!

«Trás-os-Montes, norte de Portugal. Desde os anos 50, essa região isolada, entre planícies e vales conheceu várias ondas de emigração. Originária de Torre de Moncorvo, Ilca Martinho voltou às suas origens depois de 15 anos na Suíça.
Originária de Torre de Moncorvo, Ilca Martinho voltou às suas origens depois de 15 anos na Suíça.
Em Torre de Moncorvo, região banhada pelo sol, os alto-falantes difundem permanentemente música portuguesa. Nas ruas dessa cidade (três mil habitantes), os carros são matriculados na Suíça, França e Alemanha. O verão é o mês dos imigrantes que vêm passar férias reparadoras em família, na pátria, antes de voltar para o país de acolho.
Ilca Martinho tomou um caminho diferente. Ela voltou a viver em Torre de Moncorvo após ter trabalhado em Sion, trazendo com ela sua filha, Catia. Desde então, Ilca vive dividida entre dois países e dois universos: seu marido trabalha até hoje na Suíça e seu filho vive com uma suíça.
Surpresa pelo interesse despertado pela sua pessoa, Ilca se mostra reticente antes de revelar alguns segredos pessoais. "Tenho 55 anos. Eu tinha 23 ou 24 quando abandonei meu país para seguir meu marido à Suíça, com meu filho de quatro anos. Imagine! Repentinamente eu me vi nas vinhas, eu que, apesar de ser filha de agricultores, nunca havia trabalhado no campo".
Os olhos negros de Ilca piscam maliciosamente. Na sua grande sala repleta de móveis em madeira maciça cobertos de cristais, confortavelmente instalada no seu sofá, ela tenta resumir sua vida entre a Suíça e Portugal.
O casal Martinho, quando chega à Sion em 1982, não tem dificuldade de encontrar emprego. Os contratos de nove meses se encadeiam como mandava a lei em vigor na época, antes de obter o visto de estadia. Ilca, orgulhosa de nunca ter sido ilegal, se candidata para um emprego na empresa relojoeira Swatch e obtém um contrato de operária. Seu marido torna-se motorista de caminhão, profissão que exerce até hoje.
"Eu os visito freqüentemente e meu marido vem dois meses por ano para cá. Hoje em dia é mais fácil de ir para a Suíça".»
Ler mais aqui: http://www.swissinfo.ch/por/Capa/Ilca,_uma_vida_entre_Portugal_e_Suica.html?cid=6891462

1 comentário:

Anónimo disse...

Viva N.!

Mais uma história de Moncorvenses que deixaram o país "Por Uma Vida Melhor". Destino que também se perpetua nos filhos (como vemos através de Cátia, filha de Ilca), mesmo que com curso universitário, mestrado, doutoramento ou, inclusive, pós-doutoramento. É esta mesma realidade que eu estou a apurar neste momento, no Reino Unido, e de que falarei no meu próximo livro.

Em breve, espero regressar ao blogue com mais "Quadros da Emigração".

Abraço,

Isabel