A história “Midwife and Vet” é a sexta de doze narrativas incluídas no primeiro volume da colecção bilingue “Portuguese Insight” intitulado Tales of Rural Portugal, estando a sua publicação prevista para o início de 2012.
As histórias foram extraídas de Outros Contos da Montanha (2009), de Isabel Mateus, e traduzidas para o inglês por Patrícia Anne Odber de Baubeta, Professora e Directora da Cátedra Gil Vicente na Universidade de Birmingham, Reino Unido.
As estórias seleccionados reflectem aspetos da vida da comunidade rural portuguesa, desde uma época passada a tempos mais recentes, incidindo, em particular, no estatuto da mulher no interior do grupo socialmente institucionalizado sob o modelo do patriarcado.
Com “Midwife and Vet” (A Veterinária-Parteira) deixo-vos a antevisão da universalidade concedida ao nosso Portugal rural e, neste caso, ao tema da Natividade através da excelente tradução inglesa, sempre em busca da apropriação do sentido inicial dos textos em conformidade com as nuances linguísticas inerentes ao respetivo contexto da ruralidade anglo-saxónico. Anteponho-lhe, porém, a síntese em verso que a nova leitura do conto me proporcionou no presente Natal.
Boas Festas!
Natal 2011
A condição da Montanha
Elevada de novo ao Universal:
É a Mulher que expele num grito de dor e alegria
A Vida,
É um Deus-Menino ao natural
A rasgar as suas entranhas
No seu primeiro choro,
É a Eternidade
Expurgada por mãos tentaculares
E embalada no colo Eterno da Veterinária-Parteira.
sexta-feira, 23 de dezembro de 2011
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2 comentários:
viva Isabel!!
Finalmente temos aqui uma estreia em Inglês! Tendo em conta a asserção de Torga segundo a qual o Universal é o Local sem paredes, uma das maneiras de projectarmos a nossa região pode ser através da divulgação de pequenos textos sobre a mesma para o público inglês, ou pessoas que sendo daqui originárias já têm alguma dificuldade no domínio do Português, pela longa estadia em paragens dominadas pelo idioma anglo-saxónico. Claro que o meu inglês é fraco para conseguir entender o texto da Veterinária-parteira na sua plenitude, mas vou procurar o original em Português.
Também o poema dá essa dimensão de universalidade e há nele uma associação implícita da Mulher à Natureza, à Mãe-terra (a Montanha), de onde brota a Vida, onde o parir e o dar à luz se confundem na polivalência da veterinária/parteira....
Uma boa reflexão para o Natal(=natalidade, nascimento), quando a montanha deixou de escutar os vagidos de recém-nascidos, e apenas ouve o sussurro dos velhos moribundos... Esta é a verdadeira morte de uma certa Europa.
Mas como a palavra "Esperança" parece que é obrigatória neste contexto de Natal/fim de ano/novo ano, vamos fingir que acreditamos no pai-natal e nas "prosperidades" que desde os tempos romanos sempre nos desejamos uns aos outros no tempo em que Janus roda a face para o porvir.
Com um abraço,
N.
Olá N.! Espero que a consoada em família se tenha passado junto ao brasido e com paz, amor e alegria.
Obrigada pelo belo comentário! Tudo o que aí diz corresponde de facto à reflexão sobre a importância a dar à celebração do Natal verdadeiro: Natividade.
Continuação de Boas Festas a todos e que o ano de 2012 seja Próspero naquilo que mais desejarmos!
Com um grande abraço de Amizade,
Isabel
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