Decorreu no passado sábado, dia 19 de Maio, a sessão de entrega, a vários munícipes, de vários talhões para cultivo hortícola, no lado Nascente do bairro do Montesinho. Trata-se de uma iniciativa altamente louvável do município de Torre de Moncorvo, considerando os tempos de crise que se vivem, para além de promover uma actividade que infelizmente tem sido bastante depreciada nos últimos decénios: a Agricultura.
Ainda para além destes aspectos sociais e utilitários, podemos ainda acrescentar outra vantagem, a do bem-estar físico e psíquico. Quando muita gente paga para frequentar ginásios, a fim de desgastar calorias e fazer exercício físico, sem outra contrapartida que não seja a da manutenção da forma e das linhas, julgamos que esta pode ser também uma maneira de, aliando o útil ao agradável, se garantir uma maior elasticidade dos movimentos, para além de combater o "stress" do dia-a-dia, agudizado pela insegurança, pelo medo da crise, e de que falte algo para a panela.
Quanto à localização, é de salientar que a implantação num vale, ao fundo dos antigos terrenos da Quinta Judite, onde há alguma frescura resultante da presença de linhas de água subterrâneas (oriundas da serra), além de fontes, e da possibilidade de regadio por gravidade, não poderia ser melhor escolhida para esta função. Tratando-se de um espaço que o município já havia adquirido para o parque urbano da vila, e que se encontrava entretanto sub-aproveitado, esta foi uma boa forma de o rentabilizar enquanto não surge a possibilidade de aí se implementarem outros projectos.
Realçamos que o grande paladino da implementação das hortas ecológicas, o Arquitecto Ribeiro Telles, desde há muitos anos, sempre salientou a necessidade da preservação dos espaços verdes no meio das selvas de betão citadinas. Não sofrendo a vila de uma tão grande pressão urbanística, todavia é preciso não esquecer que, desde os anos 70 do séc. XX, foram vários os espaços hortícolas entretanto destruídos, cedendo lugar à construção. Quem se lembra, por exemplo, que havia hortas nas Aveleiras (junto à sede da ACIM, onde se realiza a feira - eram as "hortas do Montenegro"), e no actual largo da República? ou onde se encontra o bairro da Romazeira? ou na zona do Mercado, Caixa Geral de Depósitos/Finanças/ delegação do MAP? para não falar na própria Qtª. Judite?
Assim, a criação desta zona verde, para mais com funções hortícolas, é uma iniciativa altamente meritória, sendo de felicitar os responsáveis autárquicos, em especial o Presidente da Câmara e a vereadora responsável pelos espaços verdes, Engª. Alexandra Sá.
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