quinta-feira, 28 de julho de 2011

Violento incêndio lavrou na zona das Quintas da Nogueirinha

Um violento incêndio andou desde antes de ontem na zona de atrás-da-serra/quintas da Nogueirinha - ver referência no jornal Público e ainda na coluna do noticiário, do lado direito deste blogue.
Solicitamos a quem possua fotografias e as pretenda enviar para o nosso blogue, tem o nosso e-mail à disposição: memcorvo@gmail.com

quarta-feira, 27 de julho de 2011

Festa de N. Senhora do Amparo - cartaz da grande romaria do Felgar

(Clicar sobre o Cartaz, para AMPLIAR)
Festa do Felgar também já tem cartaz! - Não se esqueça, pois esta é uma das maiores romarias marianas de Trás-os-Montes, sempre com numerosos motivos de atracção, durante 4 dias!
Salientamos que a festa começa na noite de sexta-feira, dia 19 de Agosto, com um concerto de bandas (Felgarense, de Alfândega da Fé e a banda 25 de Março).
Dos eventos de sábado, salientamos a abertura pela fanfarra de Vale da Porca, actuação de grupos de cavaquinhos (de Corroios e da Escola Sabor-Artes, de Torre de Moncorvo), a que se segue o monumental arraial, com os conjuntos FW Music, Rumo Nordeste, e o show do já célebre Padre Victor. Como habitualmente o arraial estende-se pela noite fora, depois do grandioso fogo de artifício, que é uma das imagens de marca das festas do Felgar.
No domingo destaca-se a presença (obrigatória) da Banda Filarmónica Felgarense, que acompanhará a monumental procissão. O arraial de Domingo estará a cargo dos conjuntos Novo Som e os 7 Mares. A segunda-feira que se segue é o dia dedicado ao Emigrante.
Então prepare-se para os dias 19-22 de Agosto: Festa do Felgar, é ir e folgar!

domingo, 24 de julho de 2011

Festa do Carvalhal - dias 29, 30 e 31 de Julho

(Clicar sobre o cartaz para AMPLIAR)
É tempo de férias, é tempo de festa! Aqui fica o cartaz da festa do Carvalhal, dedicada a Santa Bárbara (padroeira dos mineiros, não esquecendo a génese desta povoação, ligada às expectativas da exploração em grande escala das minas de ferro de Moncorvo, nos anos 80).
Um cartaz recheado de pontos de interesse, a solicitar a sua visita!
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Apelamos a todas as comissões de festas para que nos enviem os cartazes das respectivas festas (em formato jpeg), que com todo o gosto os divulgaremos aqui no nosso blogue - gratuitamente.
Boas festas e boas férias (se fôr o caso) e não se esqueça: se conduzir, não beba!! ou, se beber (álcool, claro), não conduza!

terça-feira, 12 de julho de 2011

Quadros da transmontaneidade (52)

Ajoujados

Este quadro é um quadro que atravessou transversalmente várias gerações de toda a Terra Quente, creio até ser transversal a todo o Nordeste Transmontano. Esta história ouvia contar muitas vezes, ainda jovem, e creio que há ainda gente em vida que sofreu na pele com ela, ou com ele, com a falta de senso, a irresponsabilidade, mesquinhez, sei lá como a hei de caracterizar… mas que à luz desse tempo até poderá ser desculpável, digo eu. Seja como for, essa alma transmontana, que estará sempre incompleta, e que aqui tento fixar, ficaria ainda mais incompleta se não fosse registada. E reza a história que terá sido mais ou menos assim:

Naquele tempo o Estado para impor a lei recrutava gente do povo, como ainda agora faz, dava-lhe uma farda, autoridade q. b., e incumbia-os da nobre missão de zelar pela ordem e o bem-estar das gentes, sem os formar devidamente.
As aldeias viviam isoladas, agarradas aos costumes que, ao longo do tempo, criavam raízes profundas nas populações e com eles conseguiam dirimir todos os problemas que nesse viver intimo e solidário acabavam sempre por surgir. Impor leis, mesmo sendo bem intencionadas, sem a devida explicação pode sempre descambar em problemas. Esta bem podia ser a moral, deste quadro da transmontaneidade, que não está assim tão distante quanto possam pensar, e dirijo-me especialmente aos mais novos.
A autoridade sediada normalmente na Vila, neste caso em Moncorvo, patrulhava à ordem do comandante as aldeias da sua responsabilidade. Nesse dia, a patrulha terá chegado à Lousa, logo de manhã cedo, e os agentes de autoridade, zelosos, se calhar aborrecidos pela longa caminhada sempre subir que tiveram de fazer, ainda noite, se calhar a cumprir as ordens exactas do seu comandante, provavelmente, mais preocupado com a carreira dele próprio do que propriamente o Servir, desataram a multar todos, a torto e a direito. Ora era o cão que não tinha açaime, as pitas que andavam na rua, o porco que devia estar na cortelha e não a fossar nas canelhas, a taberna que estava aberta fora de horas… Sei lá, terá sido neste ambiente puramente aldeão, que a patrulha da GNR zelosa do seu trabalho, desatou a passar recibos de “oitenta e coroa” à ti Zulmira, à ti Marquinhas, a todas quantos não cumpriam a lei da República, que ficava distante, como atrás se disse.
Os homens, a essa hora da manhã, poucos andavam por ali, só os velhos, as crianças e as mulheres que, em permanentes “quefazeres”, davam vida às pedras e às ruas lamacentas da chuva dos dias antecedentes.
Perante tal injustiça, a ti Zulmira, mulher desenvolta, entroncada, sem pedir autorização a ninguém, mete-se caminho fora, desce os escarrabouçais que as ladeiras impunham e vá de chamar o ti Adriano, o seu home, que andava na lavra da vinha, lá para os lados da Trapa. Escusado será dizer quando a viam passar esbaforida, foi contando a todos quantos lhe perguntavam o “assucedido” e o sentimento de injustiça que vivia passou a fazer parte de todos.
Desconhece-se se houve toque a rebate, o que se sabe é que alguém teve a ideia de os julgar sumariamente.
- Ajoujá-los, vamos ajoujá-los – disse alguém.
Se melhor o pensaram, melhor o fizeram. Prenderam-nos ao jugo, como se faziam ao vivo, aos animais que tanto estimavam. O fim da história não sei, mas não me admira que todos os envolvidos fossem degredados para África.


António Sá Gué

P.S.: Boas férias

segunda-feira, 11 de julho de 2011

Ante-estreia de "Deus lhe pague!", pelos Alma de Ferro - mais um sucesso!


Conforme anunciámos, realizou-se no passado dia 8, no pátio interior da Biblioteca Municipal a ante-estreia da peça "Deus lhe pague", pelo grupo de teatro amador desta vila, "Alma de Ferro". Escrita em 1932 por Joracy Camargo (1898-1973), “Deus lhe Pague” veio a ser um dos maiores êxitos da dramaturgia do Brasil. Em Lisboa foi representada, pela primeira vez, de 8 de Março a 29 de Maio no ano de 1935.


Esta peça tem um texto longo e complexo, recheada de crítica social, sobretudo à burguesia imperante que, no tempo em que a peça foi escrita, irrompia associada ao processo de industrialização brasileiro, gerando mendicidade. Os dois personagens principais são, assim, dois mendigos, em que um deles, o mendigo-filósofo (representado por Camané Ricardo) é, na verdade um falso mendigo ("eu sou riquíssimo!", afirma) que vai instruindo um novo mendigo (o Barato, papel representado por Luís Pires), ao mesmo tempo que lhe conta aspectos da sua vida. Esta versão dos Alma de Ferro contou com a adaptação e encenação de Américo Monteiro e, embora em ante-estreia, representou um dos pontos altos da já importante carreira dos Alma de Ferro. De salientar o brilhante desempenho do Camané, no papel de mendigo-filósofo, e de Luís Pires, que foi, para nós, uma revelação. Todos os restantes actores estiveram ao melhor nível, com um guarda-roupa excelente, cenários bem elaborados e jogo de luzes perfeito, num ambiente nocturno de luar e céu aberto, no palco do magnífico jardim da biblioteca municipal.

Aqui fica a reportagem fotográfica, registando alguns momentos da peça:

A cena inicial, vendo-se o numeroso público que não quis perder esta ante-estreia.
O mendigo-filósofo (Camané), procurando "instruir" o seu protegido Barata (Luís Pires) - foto de C., cedida por Camané.
Outro aspecto do diálogo dos mendigos.
Um "flash-back" em que o patrão que consegue iludir a esposa do operário (Marilú Brito), obtendo uns planos de uma prodigiosa máquina (tear) concebida pelo empregado. Este virá a ser, mais tarde, o mendigo-filósofo, que se procura desforrar da sociedade, levando-a a pagar o que ela - a sociedade - lhe deve. A esposa enganada pelas promessas de jóias e altos palácios, acaba por morrer louca.
O mendigo rico, numa das faces da sua vida dupla, apontando à nova esposa (Esperança Moreno) o caminho do futuro ao lado de um seu primo e pretendente, um jovem bancário (Paulo Medeiros).
E mais não contamos, esperando que todos os curiosos e interessados se desloquem ao teatro do Celeiro, no próximo dia 15 de Julho, para assistirem à estreia da peça nesse espaço!
As nossas felicitações ao grupo Alma de Ferro/Associação Cultural de Torre de Moncorvo, por este magnífico trabalho.

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Txt. e fotos de N.Campos (excepto a que vai indicadas, de autoria de C., enviada por Camané Ricardo, com os nossos agradecimentos)

sexta-feira, 8 de julho de 2011

"Deus lhe pague", pelos Alma de Ferro, HOJE, 8 de Julho!

O grupo de teatro Alma de Ferro leva à cena a peça "Deus lhe pague!", de Joracy Camargo.

A representação terá lugar no pátio da Biblioteca Municipal, HOJE, sexta-feira, pelas
21:30h. - A não perder!


Logotipo do grupo de teatro moncorvense

quinta-feira, 7 de julho de 2011

Peredo dos Castelhanos

Paisagem observada a partir da "Barca", no Peredo dos Castelhanos, encimada pelo Museu do Côa.
Enquanto a natureza nos inebria o olhar, a subtileza dos canelões tomam conta do paladar.

terça-feira, 5 de julho de 2011

segunda-feira, 4 de julho de 2011

Quadros da transmontaneidade (51)

Numa primeira linha, como se fossem tropa de elite, as mulheres, sempre as mulheres, dobradas sobre si mesmas e a negrejar no meio da moinha, irrespirável, que se evolava no ar, abraçavam a palha até ao limite do cumprimento dos braços para largarem logo atrás, onde, os homens, em segunda linha de combate e sempre de olhares libidinosos, estendiam os bancelhos húmidos que atavam após o segundo braçado, entretanto largado. Atrás deles, crescia uma segunda meda de fachas de palha que a criançada, entre brincadeiras e trabalho, ia arrastando até ao palheiro que ficava nas proximidades.
A esta azáfama, sem intervalos, juntava-se a canícula em crescendo constante, o suor, as dores que se ignoravam, o comunicar aos ouvidos em altos berros para porque só assim as palavras se sobrepunham ao barulho. Nessa struggle of life darwiniana, porque era disso que se tratava, era, sem dúvida, uma autêntica luta pela sobrevivência, embora num outro conceito, bem entendido. As palavras são parcas e as metáforas pobres para transmitir os sentimentos de tortura e, paradoxalmente, de alegria a que estes marinheiros se auto-impuseram. Foram condenados às galés que morreram sem nunca ver o mar, mas que foram capazes de o cantar e de se deixar enlevar pelo ondular das searas batidas pela brisa vespertina.
Esses condenados cumpriram em toda a sua plenitude o mito de Sísifo. A pedra estava agora no cimo do monte, prestes a rebolar novamente até à base, e nessa rotina monótona dos mortais, tudo olvidaram numa merenda devorada à sombra da meda, e um vinho escarrapento que saboreavam com estalidos da língua.

António Sá Gué

domingo, 3 de julho de 2011

Apresentação do livro "A igreja de Santiago de Adeganha" de Eugénio Cavalheiro

Teve lugar no passado dia 2 de Julho, no auditório da Biblioteca Municipal de Torre de Moncorvo, a apresentação da monografia sobre a "Igreja de Santiago de Adeganha", de autoria do comandante Eugénio Cavalheiro.
O Presidente da Câmara de Torre de Moncorvo, engº. Aires Ferreira, começou por apresentar o autor, salientando outros trabalhos publicados por Eugénio Cavalheiro, nomeadamente sobre o concelho de Torre de Moncorvo. Quanto ao editor, Roger Teixeira Lopes, responsável pela João Azevedo edit., informou que este é já o 4º livro editado sobre o nosso concelho. O Dr. Roger Lopes fez, de seguida, uma abordagem da obra editada, procurando situar a importância da igreja de Adeganha no contexto da arte românica portuguesa e trasmontana em particular. O nosso românico é eminentemente rural - disse - havendo uma clara diferenciação entre o Norte e o Sul de Portugal a nível da expressão arquitectónica, não só do ponto de vista estilístico como até dos materiais de construção. Sobre a Adeganha salientou os diversos pormenores escultóricos (modilhões, pórticos e outros elementos decorativos), os frescos que existem no interior e também a talha dourada do altar-mor e colaterais, actualmente deslocados para melhor se percepcionarem as pinturas que ladeiam o chamado arco triunfal). No final foi passada a palavra ao autor, que agradeceu às diversas pessoas que o tinham ajudado neste trabalho, com destaque para o autor das fotografias, Arnaldo Silva, suporte documental indispensável para a compreensão do texto. Começou por se referir à origem do topónimo "Adeganha" (terra de lavradio, no período medieval), e à possível origem da Adeganha, associada aos caminhos de Santiago. Afirmando tratar-se de uma obra do românico tardio, como se vê já do arco apontado do pórtico principal, esta igreja possui ainda todos os elementos característicos do românico, como seja a rica iconografia patente nos modilhões historiados. Referiu-se depois à pinturas a fresco e suas diversas fases, às tábuas quinhentistas reaproveitadas nos altares de talha barroca (altar-mor e num dos altares que se encontra no corpo da igreja), os quais foram estudados pela Professora Lúcia Cardoso Rosas, e também sobre a qualidade do chamado "barroco nacional" patente no altar-mor. Estes elementos artísticos foram recuperados há poucos anos, no seguimento de uma intervenção da DGEMN (Direcção Geral dos Edifícios e Monumentos Nacionais), elogiada pelo autor.



No final houve um beberete nos jardins da Biblioteca, oferecido pela autarquia.

Txt. e fotos de N.Campos