O Presidente da Câmara de Torre de Moncorvo, engº. Aires Ferreira, começou por apresentar o autor, salientando outros trabalhos publicados por Eugénio Cavalheiro, nomeadamente sobre o concelho de Torre de Moncorvo. Quanto ao editor, Roger Teixeira Lopes, responsável pela João Azevedo edit., informou que este é já o 4º livro editado sobre o nosso concelho. O Dr. Roger Lopes fez, de seguida, uma abordagem da obra editada, procurando situar a importância da igreja de Adeganha no contexto da arte românica portuguesa e trasmontana em particular. O nosso românico é eminentemente rural - disse - havendo uma clara diferenciação entre o Norte e o Sul de Portugal a nível da expressão arquitectónica, não só do ponto de vista estilístico como até dos materiais de construção. Sobre a Adeganha salientou os diversos pormenores escultóricos (modilhões, pórticos e outros elementos decorativos), os frescos que existem no interior e também a talha dourada do altar-mor e colaterais, actualmente deslocados para melhor se percepcionarem as pinturas que ladeiam o chamado arco triunfal). No final foi passada a palavra ao autor, que agradeceu às diversas pessoas que o tinham ajudado neste trabalho, com destaque para o autor das fotografias, Arnaldo Silva, suporte documental indispensável para a compreensão do texto. Começou por se referir à origem do topónimo "Adeganha" (terra de lavradio, no período medieval), e à possível origem da Adeganha, associada aos caminhos de Santiago. Afirmando tratar-se de uma obra do românico tardio, como se vê já do arco apontado do pórtico principal, esta igreja possui ainda todos os elementos característicos do românico, como seja a rica iconografia patente nos modilhões historiados. Referiu-se depois à pinturas a fresco e suas diversas fases, às tábuas quinhentistas reaproveitadas nos altares de talha barroca (altar-mor e num dos altares que se encontra no corpo da igreja), os quais foram estudados pela Professora Lúcia Cardoso Rosas, e também sobre a qualidade do chamado "barroco nacional" patente no altar-mor. Estes elementos artísticos foram recuperados há poucos anos, no seguimento de uma intervenção da DGEMN (Direcção Geral dos Edifícios e Monumentos Nacionais), elogiada pelo autor.
No final houve um beberete nos jardins da Biblioteca, oferecido pela autarquia.
Txt. e fotos de N.Campos
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