Tempos houve, e não estão muito distantes, em que o regime salazarista continuado pelo caetanismo se enraizava na sociedade através de dois fortes espigões. A polícia, que se apelidava de defesa do estado, de longos e sinuosos braços, e por um exército ufanado por um oco prestígio, adormecido, também ele, à sombra do obscurantismo do povo, alfobre dessas duas vértebras que o mantinham erecto.
Esses três princípios, força, medo e obscurantismo, que norteavam a sociedade da época, e que este livro tenta personificar, minaram-na, criaram injustiças profundas, apodreceram-na de tal forma que, de repente, a parede assente nesses valores desprezíveis, ruiu. Desmoronou-se no 25 de Abril.
O Zé Bernardo, transmontano de nascença, transplantado para a ilha do Porto, há-de ser facilmente recrutado pela polícia, e irá vicejar. O Coronel Fontelo, também transmontano, que presta serviço a um estado leal e nobre, qualidades, que sempre lhe ensinaram a reconhecer, lentamente, vai tomando consciência das invirtudes desse estado, consciência essa obtida em consequência da sua vida familiar.
A Marília, a sua filha, devido ao seu feitio revolucionário vê-se envolvida nas lutas estudantis nos anos 60. É perseguida e refugia-se em França, onde toma contacto com a resistência organizada em Paris. Volta. É nesse regresso que é presa pela PIDE e esse é o
leitmotiv para a alma do coronel Fontelo que, perante factos familiares, vai ser tocada pelas injustiças e malvadez do regime e acabará por entrar na porta da democracia, que se adivinha.
Apresentações:-
FNAC de Santa Catarina no Porto, no dia 26 de Janeiro de 2012 (quinta-feira), pelas 18H00;
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Auditório da Biblioteca Municipal Dr. Júlio Teixeira, em Vila Real, no dia 28 de Janeiro de 2012 (sábado), pelas 16h00.
Aparece!