Malhado que estava o primeiro eirado, atadas que foram as fachas, quase sempre levantadas pela criançada, as mulheres, sempre agachadas, apoiando a mão canhota no joelho do mesmo lado, não perderam tempo a varrer o grão para o canto da eira.
E ainda a tarefa feminina estava a meio já braços fortes, em mangas de camisa, eiravam novamente os molhos na fraga feita eira. Nova manta aloirada se formou.
Os homens pousaram o copo, por onde todos “boberam”, e inverteram-no sobre o gargalo do garrafão de vinho que esconderam à sombra da meda. Cuspiram nas mãos, novas linhas de malhos se ergueram com sabedoria, sem nunca bater no homem do lado e um novo ciclo de batimentos sincrónicos ecoaram em todos os cantos da terra.
Surgiram rodos em auxílio das vassouras que, em sucessivos varrimentos, iam engrossando a pirâmide de cereal acantoada na eira, dir-se-ia pacientemente, esperava pela tardinha, para ser atirada à brisa de fim de tarde e se libertasse do coanho e das espigas que as “bassouras” de esteva nem sempre conseguiam.
A meda diminuía e para satisfação do ti Adelino o monte de grão aumentava.
A merenda já lá vinha na cesta mercada ao ti Celestino.
António Sá Gué
(Continua...)
domingo, 29 de maio de 2011
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1 comentário:
Olá, Sá Gué :
Depois de ler esta bela continuação das malhadas , só quero deixar-lhe um grande abraço.
Júlia
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