O Tempo,
A Bocarra do Inferno
Tempo da Ida
A mente conjectura
Meandros recônditos
De infindáveis caminhos a percorrer,
Porque o Tempo
Se revela infinito
Quando, em cada momento, a ânsia do pensamento percorre,
Desenfreada,
Todas as arestas dos segundos, dos minutos e das horas
e faz a soma
a contar com a contagem mansa, cadenciada dos dias de férias
Tal qual ribeiros cristalinos
A escorrerem tranquilos
sob o sol tórrido
e os zumbidos embriagados das abelhas
pelas longas e intermináveis tardes transmontanas da infância...
Tempo da Estada
Paisagens
Lágrimas
Encontros
E
Desencontros
Fundura
Perplexidade
Anseios
Revolta
Incompreensão...
Fuga
E
Fugacidade
Tal qual bandos de aves
Que levantam voo
Mal chega a hora da debandada
Para territórios quentes ou frios
Onde se exilam no travo amargo do Tempo
Que teima em não chegar...
Tempo da Volta
Paisagens
Rostos
Gestos
Silêncios
Lágrimas
Encantos
E
Desencantos...
Tal é a bocarranha do inferno,
Que o Tempo,
Voraz
E
Traiçoeiro,
Deixou tudo na incompletude
Do ano derradeiro.
Tempo,
Bocarra que (me) devora e tritura
A lisura arreganhada
Do Regresso adiado pelo Tempo.
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3 comentários:
Belo poema, Isabel! Parabéns.
n.
Muito obrigada, N.!
São quadros do nosso êxodo...É a diáspora que arrepia o(s) sentimento(s)...
Abraço,
Isabel
Estes três momentos são, não tenho dúvidas, marcantes na vida da poeta-andarilha e são impressivos para quem os lê.
Um grande abraço, Isabel.
Júlia
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