sábado, 20 de novembro de 2010

Em memória do Ramiro Pessoa

«Considero a Vida uma estalagem onde tenho que me demorar até que chegue a diligência do abismo. Não sei onde ela me levará, porque não sei nada (...). Para todos nós descerá a noite e chegará a diligência.» - Fernando Pessoa, aliás Bernardo Soares, in "Livro do Desassossego", ed. 1982, p.220
Faleceu o Ramiro, depois de uma luta insana contra doença prolongada. Aguentou vários assaltos, mas o último combate foi-lhe fatal.
Relembro-o dos velhos tempos da Escola Secundária, nos finais dos 70, ainda no actual edifício do Lar da Misericórdia (antigo Hospital D. Amélia). Tempos animados esses de discussão política, actividades culturais e desportivas, renovação musical, tempos em que havia uma grande massa estudantil decorrente, em grande medida, do significativo acréscimo da população devido ao "regresso" do pessoal do antigo ultramar, entre os quais se encontrava o Ramiro, vindo de Moçambique. Por essa altura apareceu pela Escola Secundária de Moncorvo um jovem professor extrovertido e activista, o prof. Sequeira, que aglutinava a malta, dinamizando a escola, dentro e fora dela, desde a "Biblioteca" do ti Carró, a saraus no Cine-teatro, passando pelas actividades desportivas (basquetebol, andebol, futebol de salão) no gimno-desportivo. Foi uma geração de ouro da escola secundária e o Sequeira tornou-se um moncorvense adoptivo, que, como tal, tantos anos volvidos, ainda regularmente nos visita. Foi por ele que soube, via e-mail, da triste notícia, apesar de esperada.
O Ramiro foi dos que escolheu ficar por Moncorvo, onde trabalhou, primeiro no GAT, como topógrafo, instalando-se depois por conta própria, como técnico e agente imobiliário. Paralelamente manteve sempre a paixão pelas actividades desportivas, sendo árbitro de futebol de salão e observador credenciado pela APAF (Associação Portuguesa de Árbitros de Futebol). Era um homem bom e com muitos amigos. Tinha 52 anos.
A toda a família enlutada, os nossos sentidos pêsames.
O funeral será amanhã (domingo), pelas 14;00horas.
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Txt.: N.Campos; Foto: retirada do Facebook/página de Ramiro Carlos Pessoa

7 comentários:

Rui Carvalho disse...

A toda a família os meus sentidos pêsames.
Abraço

José Sequeira disse...

Partiu o Ramiro e como ele os colegas da velha escola secundária: Acácio Queija; Chico Barriel; Eliseu ( da Açoreira ); Luís Martins e o Padre Rebelo.
Invade-me uma tristeza imensa, mas ao mesmo tempo sinto uma felicidade muito grande por ter tido a sorte de os ter conhecido e com todos eles ter convivido.
Jamais os esquecerei.

Anónimo disse...

Faço minhas as palavras do Engº. José Sequeira, para nós sempre o prof. Sequeira. Lembro-os também a todos, em especial o Padre Rebelo, que era o Mestre, e o Acácio que era mais do meu tempo. Tempo... o monstro voraz que nos devora, mas que injustamente leva alguns mais cedo. Porém, continuarão vivos na nossa memória, como é o caso do Ramiro.
N.

José Pessoa disse...

José Pessoa

Passei aqui por acaso, procurando memorias do meu pai na internet, e ao ler estes comentarios com as lagrimas a correr pelo rosto me lembrei de quantos amigos este grande homem fez... Acredito que tudo isto é uma passagem e que um dia te vou poder reencontrar. Obrigado por tudo, amo-te Pai.

Anónimo disse...

Caro José,
Antes de mais os meus sentimentos. Sei o que sentes, porque já passei pelo mesmo, infelizmente, há já uns bons anos. E acho que é isto que nos endurece como o aço na forja. Resta-nos crer que um dia nos reencontremos todos, os Amigos, os bons, num outro lugar ou dimensão. Que na vida terrena vivemos para um único dia, que é esse, o da Partida. E do que fomos, o melhor indicador é a quantidade daqueles que estão presentes, na última homenagem. A quantidade de pessoas que estiveram, nesse dia, algumas vindas de tão longe como sei que vieram, diz tudo da importância e da dimensão de teu Pai, de quem te podes orgulhar. Estará sempre vivo na tua Memória e dos seus Amigos, até ao dia do Reencontro.
Um abraço,
N.

Júlia Ribeiro disse...

Não o conheci, mas depreendo que deixou grandes amigos.
Não devia ser permitido morrer tão novo...
À Família os meus pêsames.

Júlia Ribeiro

ALBERTO HELDER disse...

Lamentável e surpreendentemente só hoje é que li, nas classificações da Federação Portuguesa de Futebol, que o Ramiro Pessoa tinha falecido, após lutar bravamente contra aquela doença dita prolongada.
Perdemos um amigo de carácter enorme que muito acompanhava as coisas do Futsal, com rara sensibilidade e carinho. Era um companheirão!
Sentidos pesâmes aos seus mais próximos.
Alberto Helder