domingo, 25 de setembro de 2011

Quadros da Emigração – Por Uma Vida Melhor

A diáspora tem estado presente neste blogue através, sobretudo, dos “Quadros da Emigração”. Por esse motivo, achei pertinente aqui partilhar convosco o recente aparecimento deste testemunho histórico único.
A seguinte peça jornalística de Carina Branco sobre os bairros de lata de França, em Paris, durante os anos sessenta da emigração portuguesa massiva, conta com as fotografias da época de Gérald Bloncourt. Mas não só! O vídeo conta ainda com a revisitação, na actualidade, do mesmo local onde Bloncourt fotografou os portugueses e com eles confraternizou.
Neste vídeo vemos igualmente, pela primeira vez, a capa do livro “A Terra do Chiculate” a caminhar e bem viva por entre o fluxo da emigração em Handaia, 1965.

3 comentários:

António Sá Gué disse...

Excelente!

Cito de memória:
"Mesmo sem autorização, fotografava, fotografava porque era necessário denunciar aquela miséria..."
"Como era possível que gente séria, tabalhadora, vivesse daquela maneira..."

Também um dia hei-de visitar essas cicatrizes.
Parabéns pelo "post"!

Anónimo disse...

Sim, realmente a evocação de Zola foi oportuna. O verdadeiro revolucionário é o que age generosamente no sentido de uma maior justiça social, não fechando os olhos à realidade q o rodeia. A verdade é que este "francês" levava já na sua bagagem, mais do que a máquina fotográfica, uma "theoria" que fazia parte do seu passado e fez da sua acção um acto eminentemente político. Todavia, sem querer branquear coisa nenhuma, em nome da verdade da História, o que fez sair "a salto" milhares de emigrantes, foi a melhoria das suas condições de vida. À excepção dos exilados e de muitos jovens em fuga ao serviço militar (sobretudo no final da década de 60/inícios de 70), a esmagadora maioria dos emigrantes não estava politizada e não tinha uma "consciência de classe", sendo prova disso as votações massivas em partidos do centro e centro-direita, quando após o 25/04 passou a haver votos para representantes do círculo da Emigração na Assembleia da República portª.. Digamos que há alguma diferença entre o Emigrante, o Exilado e o Refugiado, sendo, no 1º. caso, as questões do trabalho (ou ausência dele) a determinante. E esse fenómeno é universal, constituindo um endemismo na História de Portugal, antes como hoje - que se abram mais um pouco as comportas do "para onde ir" e acho q toda a gente fugiria desta malfadada crise que a todos esmaga...
Obgdº. à Isabel por este magnífico post (e à CLP pela reportagem, bem como ao G. Bloncourt por todo o seu excelente trabalho e sobretudo por ter abraçado esta causa) -esperamos que os nossos Emigrantes e luso-descendentes deixem aqui também o seu comentário!
- A propósito, será que não se consegue identificar o homem da foto da capa da Terra do Chicolate, como se identificou a "menina de Foz-Côa"? Será que ainda vive? Onde? - o G. Bloncourt terá registado o nome e local de origem desse Homem?
n.

Anónimo disse...

Olá António, olá N.!

Agradeço os vossos comentários ao "post". Assim que G. Bloncourt enviou a ligação, quis partilhá-la convosco, pois sei que este assunto nos toca a todos nós.
Até à data, penso que G. Bloncourt apenas conseguiu identificar dois ou três daqueles que fotografou quando ainda muito jovens. O (re)encontro entre a "Menina Tina" de Foz-Côa e o Fotógrafo ocorreu em Junho do corrente ano. Posteriormente, talvez possamos ter acesso ao documentário que se fez desse encontro.
Por enquanto, a fotografia da capa do livro "A Terra do Chiculate" continua com a legenda de "emigrante português em Handaia, 1965". Se algum de vós conseguir identificar a fotografia, muito se agradece que deixem a informação no blogue.

Abraço,

Isabel