Ao abrigo do Programa Ciência Viva organizado pelo PARM surgem mais estes magros versos a libertarem-me a ânsia de ser aquela ANDORINHA!
ANDORINHA
Andorinha, andorinha
que não migras!
Que da esquálida caverna
espreitas os meses de invernia
no aconchego da bojuda galeria
e, hirta, conservas na lembrança
o sussurro mansinho
do marulhar das águas da ribeira
e a cantiga das cigarras a ondular
sobre as dobras gastas das montanhas.
Andorinha, andorinha
que não migras!
Que na Primavera
és a primeira a abandonar o ninho
para abraçares,
com a tua plumagem negra
e o branco do teu peito,
o lado oposto da escarpa,
carregando contigo a ponte invisível
da Fraga do Arco.
Andorinha, andorinha
que não migras!...
Andorinha, andorinha
que não migras!
Que da esquálida caverna
espreitas os meses de invernia
no aconchego da bojuda galeria
e, hirta, conservas na lembrança
o sussurro mansinho
do marulhar das águas da ribeira
e a cantiga das cigarras a ondular
sobre as dobras gastas das montanhas.
Andorinha, andorinha
que não migras!
Que na Primavera
és a primeira a abandonar o ninho
para abraçares,
com a tua plumagem negra
e o branco do teu peito,
o lado oposto da escarpa,
carregando contigo a ponte invisível
da Fraga do Arco.
Andorinha, andorinha
que não migras!...
Fotografias: Ninho da Andorinha e Fraga do Arco cedidas pelo PARM.
6 comentários:
Peço desculpa, mas o texto deveria apresentar a forma seguinte:
ANDORINHA
Andorinha, andorinha
que não migras!
Que da esquálida caverna
espreitas os meses de invernia
no aconchego da bojuda galeria
e, hirta, conservas na lembrança
o sussurro mansinho
do marulhar das águas da ribeira
e a cantiga das cigarras a ondular
sobre as dobras gastas das/ montanhas.
Andorinha, andorinha
que não migras!
Que na Primavera
és a primeira a abandonar o ninho
para abraçares,
com a tua plumagem negra
e o branco do teu peito,
o lado oposto da escarpa,
carregando contigo a ponte/ invisível
da Fraga do Arco.
Andorinha, andorinha
que não migras!...
Isabel Mateus
Olá, Isabel:
Lindo poema o seu. Li-o em com os olhos , em completo silêncio. Mas achei que tinha de o ler em voz alta, para que também os ouvidos fruissem dos sons, melodia e ritmo.
Volte mais vezes. Se calhar é pedir muito.
Um abraço
Júlia
Subscrevo inteiramente o que disse a Drª Júlia deste magnífico, sentido e pesaroso poema da Isabel. Digno de Antologia. Só quem vive como andorinha migradora, mas que no íntimo sente como "andorinha das rochas" (espécie que fez o ninho que, derrocado, se vê na foto, dentro e ao fundo da Fraga do Arco) poderia assim expressar-se.
"andorinha, andorinha que não migras", serás mais feliz assim, perdida no teu vale esconso de onde não sais, do que serias se, como tua irmã migradora, soltasses asas ao vento, percorrendo mundo, sendo de toda a parte e de lugar nenhum? - o dilema da Trasmontaneidade que transborda de alguns textos da Isabel, como do Sá Gué, ou de outros autores trasmontanos...
n
Julia e n. muito obrigada. Os vossos comenta rios e que estao a altura da sensibilidade de verdadeiros poetas!
Um grande abraco
Isabel
Júlia e N. o meu muito obrigada. Só umas almas verdadeiras de poetas poderiam descodificar tão bem o que na alma dessa ANDORINHA vai...
É em dias como esses que vale a pena estar em Trás-os-Montes: em comunhão com a natureza como Deus a pariu. Foi assim que também sempre me senti no (meu)território das Quintas.
Um grande abraço de saudades!
Isabel
A andorinha a preto e branco, condensada de sentimento, por quem voa com a Terra agarrada aos pés.
Sem dúvida, como diz o N., um poema digno de Antologia.
Abraço amigo,
João
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