Chegou-me a notícia de Trás-os-Montes de que o Ti Malapeira já não se “astreveu” com a apanha da amêndoa. Chamou os “búlgaros” à jeira e pagou-lhes a jorna a 9 contos, sem almoço incluído. Este ano a amêndoa ainda não ficou nas amendoeiras...
Aguarela de Cristina Borges Rocha
O Malapeira: personagem de Outros Contos da Montanha e símbolo do apego ao terrunho.
2 comentários:
A agricultura é a arte de empobrecer alegremente, já dizia o meu avô... Honra e glória aos poucos tios Malapeiras que ainda remam contra a maré, mesmo com "ajuda" dos búlgaros (mesmo a 9 contos!) para que a amêndoa e a azeitona não fique nas árvores e as uvas nas vinhas... A propósito, cá pela terra é tempo de vindimas, que nas terras mais quentes da Vilariça já se fizeram...
Abraço à Isabel e a todos os tios Malapeiras que mantêm (ainda) viva a nossa actividade ingrícola!
n
Olá, N!
Peço desculpa pelo atraso em dizer obrigada pelo comentário.
É triste e transporta também em si ironia o facto de o Ti Malapeira ser aquele que cobria a falta de mão-de-obra devido à emigração de 60 e passado meio século ser outra emigração a suprir essa falta. É que os emigrantes que regressaram ao trabalho do campo também já vão desaparecendo e aos que ainda maranham já lhes faltam as forças.
Isto só nos mostra que a emigração/imigração deve ser vista pela positiva... com os seus contras, claro!
Abraço,
Isabel, a que deixou a terra e que nunca a deixa (deixará).
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