quinta-feira, 10 de junho de 2010
Dia de Portugal e das Comunidades
terça-feira, 8 de junho de 2010
Pessoas 4 - Octogenária
Reflexões fotográficas
O mundo é redondo, e conseguimos ver tudo à nossa volta. Mas todas as fotografias têm 4 margens. Lado esquerdo, lado direito, de cima e de baixo. Cabe ao fotógrafo fazer com que o nosso olhar ultrapasse essas barreiras, olhar para além dessas margens.
Uma fotografia não exprime só uma imagem impressa num papel ou visualizada no monitor de computador.
Exprime sim, também, o sentimento de um ser humano, da inocência de uma criança. Exprime a dor, a tristeza e a alegria, exprime a coragem e a dignidade.
Exprime, de certeza (ver foto da octogenária de Mós, em cima), uma vida de trabalho, de sofrimento, alguém que sofreu com as intempéries de um mau ano de colheita.
Exprime a tristeza de alguém, que, já muito tarde e não tem em memória da primeira vez que calçou as primeiras botas. Esta foto exprime a fome e a opressão no tempo do Salazar, exprime o frio de não ter um cobertor para se aquecer nas noites frias de inverno há muitos e muitos anos atrás.
Exprime um ar bem visível de tristeza que se nota perfeitamente na face desta senhora, que se nota nas rugas, nos olhos e notou-se na voz.
Eu estive lá. Carreguei no disparador da máquina, e ouvi esta senhora falar.
Não me importa se a foto está bem focada ou não, se tem boa luz ou não, o que me importa sim, é que tenha capacidade de ultrapassar as quatro linhas que a delimitam.
A. Basaloco
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Ficha técnica:
Autor: António Basaloco (sénior)
Título: Octogenária
Local/data: Mós (concelho de Torre de Moncorvo), 2002
A "Cabeça Santa" da capela de Santo Cristo (Torre de Moncorvo)
Ainda a propósito da igreja (depois capela) de Santo Cristo (mencionada no "post" anterior), contava-se, em tempos que já lá vão, uma curiosa lenda de um crâneo milagroso - a "cabeça Santa". Outra versão da lenda relaciona-a com a capela de Senhora da Teixeira (Sequeiros). A versão da capela de Santo Cristo é referida por Campos Monteiro, na novela "A tragédia de um coração simples", in Versos fora de moda, 1ª. ed. 1933:
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«Dionísio acercou-se da janela e respondeu:
- Cai só um molinheiro. Já lá vai a trovoada. Foi alguma de vocês que rezou à Santa Bárbara.
- Ou à Santa Cabeça, que era também de muita fé nas trovoadas.
- A Santa Cabeça, já ninguém se lembra dela.
A ti'Ana asseverou que se recordava ainda de a ver no altar-mór da capela do Santo Cristo. Era uma caveira muito alva, muito limpinha, que metia medo a mirar a gente com as órbitas vazias e a rir com os finos maxilares, onde não faltava um único dente. - Pois se era de um rapaz de vinte anos... - explicou a mulher do feitor.
- Assim diziam. Que era novo, não há dúvida. E bem desgraçado foi!»
[ler o resto na obra citada]
segunda-feira, 7 de junho de 2010
Festa do Divino Santo Cristo - foi ontem

Do bairro ou da vila, o povo acorreu, mantendo a tradição desta procissão que em tempos andou perdida. A festa foi retomada no final dos anos 70, após a construção do bairro de Santo Cristo, e, desde então, tem-se realizado interpoladamente.
É de lembrar que está prevista a construção de uma nova capela de Santo Cristo no terreno da parte de baixo do Cemitério (abaixo das antigas hortas de Santiago), evocando a memória da antiga igreja demolida no final do século XIX - ver a propósito: http://torre-moncorvo.blogspot.com/2010/05/reabilitacao-urbana-do-espaco.html
Txt. e fotos: Nelson Campos
Exposição sobre o Ensino na 1ª. República, no Centro de Memória
Exposição de Ana Sotto-Mayor no auditório do Museu
Aqui fica a reportagem fotográfica:



...coso missangas umas às outras e desenho com as suas cores; vou brincando a construir 'pequenos tesouros' que me encantam e surpreendem...

Dia grande em Mós
Melra fragueira: sabedoria de ave...
http://torre-moncorvo.blogspot.com/2010/06/actividades-apicolas.html), recebemos do nosso conterrâneo e amigo Dr. Carlos Sambade (moseiro de alma e coração), um oportuno registo fotográfico e informativo sobre esta ave, o que muito agradecemos:
sábado, 5 de junho de 2010
Dia Mundial do Ambiente - é hoje!
Amanhecer sobre o Sabor, num dia de pesca - em breve deixará de ser assim...
(foto de Luís Lopes, Maio 2006)
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O Dia Mundial do Ambiente é celebrado a 5 de Junho, tendo sido foi criado pela Assembleia Geral das Nações Unidas, através da resolução 2994 (XXVII) de 15 de Dezembro de 1972, com a qual foi aberta a Conferência de Estocolmo, na Suécia, cujo tema central foi o Ambiente Humano (in Wikipedia).
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Apesar dos esforços de muitos, apelidados "líricos", o meio ambiente, a Fauna, a Flora, a biodiversidade, a paisagem, o património cultural contido nessa paisagem, continuam a ser diariamente destruídos, ou sacrificados na ara sacrossanta do famoso deus Pugresso, com os custos que se conhecem (aquecimento global, descaracterização das paisagens, extinção de espécies, etc., etc). - Mas, como dizia o outro: "It's the economy, stupid!"
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Hoje, dia do ambiente, ao menos tente não utilizar o automóvel, pegue na bicicleta, ou vá dar uma volta a pé pela ecopista, ou até à serra, onde o ar é mais puro. Fica a nossa sugestão.
sexta-feira, 4 de junho de 2010
Festa de Corpus Christi
Decorreu ontem a festa do Santíssimo Corpo e Sangue de Cristo, de grande relevância no panorama litúrgico da Igreja Católica. Esta solenidade teve origem no séc. XIII, por ordem do Papa Urbano IV (sg. Wikipédia).
Foi rapidamente assimilada por toda a comunidade católica, sendo introduzida em Portugal ainda nessa centúria, tendo por ponto alto a celebração de uma procissão com o Santíssimo Sacramento (hóstia consagragada que representa deus vivo), pelas ruas das vilas e cidades, de forma a Cristo abençoar a comunidade.
Não se sabe qual foi a primeira vez que ocorreu esta festividade em Torre de Moncorvo, mas no séc. XVII, já tinha grande relevância, com uma majestosa procissão, onde se incorporavam todas as corporações de ofícios (pedreiros, ferreiros, oleiros, sapateiros), toda a elite administrativa, judicial e religiosa, e a figura de S. Jorge, montada a cavalo e ladeado por pajens. A festividade era organizada pela Câmara em parceria com a Confraria do Santíssimo Sacramento.
A partir do séc. XIX, talvez na sequência das invasões francesas, a procissão e a festa perderam relevância, tornando-se somente uma actividade religiosa, sem o pendor pagão e também político. Ontem à tarde, depois da missa solene, realizou-se a procissão por um percurso reduzido, saindo da Igreja Matriz, passando pela Rua Manuel Seixas, Rua Visconde de Vila Maior, Praça Francisco Meireles, Rua das Flores, com chegada à Igreja Matriz. Logo de manhã, as ruas do centro da vila foram inundadas por um vasto tapete de flores e verduras, com particular destaque no adro da Igreja, fruto do empenho de um trabalho de cooperação louvável. Esperemos que se repita no próximo ano.
Texto e fotos: R. Leonardo
quinta-feira, 3 de junho de 2010
Da alma dos Blues para a alma do ferro
Ainda o mel
explosões
quarta-feira, 2 de junho de 2010
Felgueiras - a terra onde se fazia cera
Para mais, existe no concelho de Moncorvo uma raridade que é um lagar comunitário onde se fazia cera (sem ser em sentido figurado, pois que aí se trabalhava a sério e se suavam bem as estopinhas). Esta estrutura está já desactivada há um bom par de anos, e há ideias para a sua recuperação, o que vivamente desejamos.

Txt. e fotos: Nelson Campos