Decorreu ontem a festa do Santíssimo Corpo e Sangue de Cristo, de grande relevância no panorama litúrgico da Igreja Católica. Esta solenidade teve origem no séc. XIII, por ordem do Papa Urbano IV (sg. Wikipédia).
Foi rapidamente assimilada por toda a comunidade católica, sendo introduzida em Portugal ainda nessa centúria, tendo por ponto alto a celebração de uma procissão com o Santíssimo Sacramento (hóstia consagragada que representa deus vivo), pelas ruas das vilas e cidades, de forma a Cristo abençoar a comunidade.
Não se sabe qual foi a primeira vez que ocorreu esta festividade em Torre de Moncorvo, mas no séc. XVII, já tinha grande relevância, com uma majestosa procissão, onde se incorporavam todas as corporações de ofícios (pedreiros, ferreiros, oleiros, sapateiros), toda a elite administrativa, judicial e religiosa, e a figura de S. Jorge, montada a cavalo e ladeado por pajens. A festividade era organizada pela Câmara em parceria com a Confraria do Santíssimo Sacramento.
A partir do séc. XIX, talvez na sequência das invasões francesas, a procissão e a festa perderam relevância, tornando-se somente uma actividade religiosa, sem o pendor pagão e também político. Ontem à tarde, depois da missa solene, realizou-se a procissão por um percurso reduzido, saindo da Igreja Matriz, passando pela Rua Manuel Seixas, Rua Visconde de Vila Maior, Praça Francisco Meireles, Rua das Flores, com chegada à Igreja Matriz. Logo de manhã, as ruas do centro da vila foram inundadas por um vasto tapete de flores e verduras, com particular destaque no adro da Igreja, fruto do empenho de um trabalho de cooperação louvável. Esperemos que se repita no próximo ano.
Texto e fotos: R. Leonardo
1 comentário:
Belos tapetes de flores, tão artística e carinhosamente urdidos, e estendidos pelas ruas de Moncorvo, em louvor a Deus-Pai. A lembrar as "Floralia", antigas festas de Roma. É pena o "sacrifício" das flores, mas o efeito estético, ainda que efémero, é altamente conseguido.
Parabéns às devotas artistas que "teceram" os tapetes.
Felicitações tb ao "postador", pelas eruditas notas.
Mendes Corvo
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