Ainda a propósito da igreja (depois capela) de Santo Cristo (mencionada no "post" anterior), contava-se, em tempos que já lá vão, uma curiosa lenda de um crâneo milagroso - a "cabeça Santa". Outra versão da lenda relaciona-a com a capela de Senhora da Teixeira (Sequeiros). A versão da capela de Santo Cristo é referida por Campos Monteiro, na novela "A tragédia de um coração simples", in Versos fora de moda, 1ª. ed. 1933:
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«Dionísio acercou-se da janela e respondeu:
- Cai só um molinheiro. Já lá vai a trovoada. Foi alguma de vocês que rezou à Santa Bárbara.
- Ou à Santa Cabeça, que era também de muita fé nas trovoadas.
- A Santa Cabeça, já ninguém se lembra dela.
A ti'Ana asseverou que se recordava ainda de a ver no altar-mór da capela do Santo Cristo. Era uma caveira muito alva, muito limpinha, que metia medo a mirar a gente com as órbitas vazias e a rir com os finos maxilares, onde não faltava um único dente. - Pois se era de um rapaz de vinte anos... - explicou a mulher do feitor.
- Assim diziam. Que era novo, não há dúvida. E bem desgraçado foi!»
[ler o resto na obra citada]
1 comentário:
Tenho uma vaga ideia de as velhas da Corredoura falarem da caveira do Santo Cristo.
E só recordo porque, quando me deitava, tinha medo de a ver em sonhos.
Creio que foi um dos meus medos.
Mas não me lembro de ter ouvido chamar-lhe a "Santa Cabeça".
Porém, com o Nelson, estamos sempre a aprender.
Obrigada.
Júlia
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