quinta-feira, 30 de dezembro de 2010
Quadros da transmontaneidade (27)
MONTES
A paisagem vista cá do alto abre-se em todas as direcções. A dobras largas dos montes vão descendo lentamente a deixar adivinhar a ribeira dos moinhos lá no chafurco, depois começam novamente a subir, solenemente, como se se elevassem aos céus, e acabam por terminar lá no alto, na serra do Reboredo, que se prolonga em forma de cortina, já meia desvanecida pela distância e pela luz que, apesar de tudo, ainda não se abriu na sua plenitude. Os fraguedos nas cristas dos montes iluminados ainda pela luz flava da manhã, fazem-me lembrar necrópoles romanas, castros lusitanos, que ali foram misteriosamente erguidos, não sei porquê, ou talvez saiba, talvez a vetustez lhe dê esse dom que me impressiona.
ANTÓNIO SÁ GUÉ
BOM ANO!
Subscrever:
Enviar feedback (Atom)
4 comentários:
Olá, Sá Gué.
Venho, atrasada como é meu hábito, (mas desta vez com a desculpa de não ter estado em casa e, por isso, sem acesso ao computador), mas mais vale tarde do que nunca, desejar-lhe um 2011 COM TUDO DE BOM.
Abraço
Júlia
Olá, Júlia!
Obrigado. Tudo de bom para si e para os seus.
Mais um magnífico naco de prosa e bela foto a acompanhar. E dizer que onde estão essas vinhas, há cerca de 150 anos era um bosque denso... Depois houve um incêndio medonho a que se seguiu o empreendorismo da D. Antónia "Ferreirinha", já "em final de carreira". Nasceu a quinta do Vale Meão, onde nasceria o famoso Barca Velha!
Bom ano para ti António e toda a malta, e continua a brindar-nos com estes pedaços de "trasmontaneidade".
N.
Olá, Nelson!
Bom ano também para ti. Vou fazer o possível para manter estes quadros. A inspiração nem sempre é a melhor, mas enfim...
Enviar um comentário