Através da apresentação vimos "desfilar" uma grande profusão de aves, muitas das quais avistamos no nosso quotidiano, sem que lhes conheçamos o nome. Afora os vulgaríssimos pardais, "uma ave muito urbana", no dizer do conferencista, e as andorinhas dos beirais que nos assinalam a Primavera, chamou-se a atenção para os estorninhos (que gostam de pousar nas antenas de televisão), as rolas turcas, ave exótica mas que se fixou na vila, por exemplo nos altos ciprestes do cemitério, as alvéloas (ou lavandiscas) de passo apressado pelas aradas ou mesmo pelas ruas da vila (vêem-se com frequência na Corredoura, em redor da zona da capela de S. Sebastião, ou na rua de Santiago). Mas há mais: os merlos, assíduos frequentadores dos jardins, os rabirruivos, os piscos, as milheirinhas (ou chamarizas), os pintarroxos, os pintassilgos, os rouxinóis, que se ouvem já desde Abril, tal como o cuco.
Falou-se ainda das aves noctunas (corujas, nomeadamente a coruja das torres, que também povoa a torre da igreja de Moncorvo), o mocho de orelhas, o bufo-real, os noitibós, etc., além das gralhas, corvos e similares. Aves "aquáticas", como os guarda-rios (também chamado pica-peixe e martim pescador), o "mergulhão pequeno" presente na charca da Qtª. do Marmeleiro, a garça e o "corvo marinho", aves peixeiras que sobem o Douro desde a sua foz até à nossa região. Ainda na zona pantanosa da Foz do Sabor podem ver-se três variedade de narcejas.
As cegonhas, branca e preta, esta celebrizada por se encontrar entre os obstáculos colocados à barragem do Sabor.
Mas o "desfile" ficaria incompleto sem as aves necrófagas e rapinas. O abutre do Egipto, outrora mais frequente no Sabor, tem visto aqui decrescer a sua população, mantendo-se no vale do Douro internacional, onde é ícone do respectivo parque natural. A águia real, a águia de Bonelli, a águia calçada (que se pode encontrar na serra do Roborêdo), o búteo (ou águia de asa redonda), além da águia cobreira, frequente na zona de Vale de Ferreiros, competem com milhafres, tantaranhões e falcões (falcão pequeno), em várias partes da região.
O Sr. Norberto Santos mostrou a panóplia de instrumentos que utilizava, juntamente com seu pai, o eminente ornitólogo Professor Santos Júnior, para pesagem e anilhagem de aves. Alguns manuais básicos de ornitologia foram igualmente mostrados, tendo em vista o incentivo desta prática junto do público em geral.
Nos jardins do Museu podem, nesta época, observar-se algumas aves de que se falou na apresentação. Destaque para os pintassilgos, melros, chamarizas (que nidificam nas trepadeiras do auditório), piscos de peito ruivo, rabirruivos pretos e, como ainda recentemente, bicos-grossudos. Tanto este espaço como o jardim municipal Dr. Horácio de Sousa, são dois pontos privilegiados para os aficcionados do "birdwatching", mesmo no centro da vila. Para quem pretenda completar o "catálogo", tanto a ecopista como o caminho da casa da floresta (na base da serra), ou eventualmente outros trilhos, são boas sugestões para um passeio ornitológico.
Aves muito esquivas, mal dão pela aproximação das pessoas, os "mergulhões" ("Tacgybaptus ruficollis") fazem jus ao nome. E vão emergindo cada vez mais para o outro extremo do lago. Na foto está assinalada a presença de um dos espécimes.
Fica aqui mais uma proposta de actividade para um fim-de-semana. É essencial um bom par de binóculos e uma máquina fotográfica com objectiva apropriada. Boas observações!
Fotos de R.Leonardo, A.Calheiros e N.Campos
1 comentário:
Para os interessados no estudo e observação de aves, aqui fica informação sobre mais uma jornada a realizar brevemente, também em terras trasmontanas:
http://www.aepga.pt/portal/PT/111/EID/98/DETID/2/default.aspx
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