Ovelhas placidamente pastando, como sempre, desde neolíticos tempos…
Um muro rústico delimitando um velho caminho…
Um muro rústico delimitando um velho caminho…
Um “zoom” sobre o remoto povoado medievo de Silhades, que será apagado do mapa…
Gemem os montes, gritam as fragas, cicatrizes indeléveis são acessos (de fúria, talvez) para os monstros amarelos que vão triturar o “canyon”….
Mais cicatrizes, ao longe, a ferida alastra…
"Quantas vezes os rios que passavam
detiveram seu curso, ouvindo os danos
que até os duros montes magoavam..."
Luís de Camões, Écloga dos Faunos
..
http://www.youtube.com/watch?v=QhbCgGYQl2Y&NR=1
E o recente documentário passado na RTP-2: http://arquivo.faroldeideias.com/arquivo_farol/index.php?programa=Documentarios
5 comentários:
Ferida afogada no pântano das consciências,carregada com pedregulhos de conveniências e interesses e,que o tempo jamais curará.
"Perdoai-lhes Senhor porque eles sabem o que fazem".
Já nem ao povo podemos apelar.Apelemos à natureza.
mário
Assunto polémico, caro Mário, assunto polémico... Conclusões, só o futuro as dirá.
M.G.
Grande é ( ou foi) o vale de Silhades, assim cantado por um poeta felgarense em finais do séc. XIX :
I
Nasci à beira do rio
no toro de um amieiro
tenho muita habilidade
sou caçador e peixeiro.
II
Na classe de peixeiro
como eu não há igual,
pesquei seis arrobas
da Presa até ao Canal.
III
Pois então na de caçador
não há outro concerteza,
matei trinta cabeças
do Russo até à Presa.
IV
Dei esta volta toda
durante uma semana
agora falta caçar
da Presa até á Mundana.
V
Vou preparar as minhas redes
por o meu barco à vela
para baixo pesco por água
pra cima caço por terra.
VI
Já terminei a caçada
volto para a minha aldeia,
a ver se lá chego
antes das horas da ceia.
.....
Mas a "poçada " está a chegar e o fim aproxima-se !
Agora até os artistas da EDP presaram o rio e a rebofa impede que os felgarenses passem para a margem direita pelo seu pontão.
E ninguém diz ou faz nada ?
E a nossa Junta o que faz ?
Todos calam e amocham. É triste.
Blueberry
Um certeiro pistoleiro, este Blueberry! Bela recolha essa do poeta popular centenário! Embora duvide que aí andassem barcos à vela, mas deve ter sido um devaneio poético desculpável em tão inspirado poeta...
Quanto ao ala(r)gamento do rio, se calhar era boa ideia reconstruir-se a velha barca, pois até poderia ser uma atracção turística para estes últimos tempos que restam antes da grande enchente (serei um passageiro interessado!). Já que depois só de cacilheiro (a propósito, já os terão encomendado??).
abraço,
Jesse James
Quando a última árvore tiver caído,
Quando o último rio tiver secado,
Quando o último peixe for pescado,
Vocês vão entender que dinheiro não se come.
(Greenpeace)
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